A nova linha de processadores da AMD, que recebe o nome de Ryzen, finalmente chegou ao mercado. Anunciada no final de fevereiro, esta linha chega com a promessa de superar os processadores da Intel ao mesmo tempo que custa menos, o que eleva o peso do custo-benefício para o lado da AMD.

Esta nova linha de processadores da AMD esteve em desenvolvimento por 4 anos. A empresa esteve preocupada em lançar novos produtos que atendessem a todo tipo de público, desde o que precisa de várias tarefas sendo executadas ao mesmo tempo, até aqueles que estão em busca de um processador potente para jogos em alta definição.

Inicialmente, apenas os processadores topo de linha da família foram lançados, chamados de Ryzen 7. Os demais modelos, Ryzen 5 e Ryzen 3, chegam no próximo trimestre e próximo semestre, respectivamente.

A terminologia da nova família (3, 5 e 7) não é coincidência, lembrando a nomenclatura usada pela Intel para facilitar a comparação com os modelos da rival. Desta forma, podemos resumir que o Ryzen 3 vem para enfrentar o Core i3, R5 bater de frente com o i5 e R7 ser rival do i7.

A linha Ryzen 7 é composta por três modelos inicialmente: 1700, 1700X e 1800X, que segundo a AMD chegam para rivalizar com os modelos i7-7700K, i7-6800K e i7-6900K, respectivamente. Confira os detalhes de cada um deles:

Como visto, o Ryzen 7 1800X possui 3,6 GHz de clock, 95 watts de TDP e seu preço sugerido é de R$ 2,2 mil. Já o Ryzen 7 1700X possui clock de 3,4 GHz, 95 watts de TDP e sai por R$ 1,7 mil.

Por último, o Ryzen 7 1700 possui 3 GHz de clock, 65 watts de TDP e é equipado com um sistema de refrigeração Wraith Spire, que foi desenvolvido para operar com o processador, oferecendo performance quase silenciosa com som máximo de 32 decibéis. O modelo é vendido por a partir de R$ 1,4 mil.

Os processadore Ryzen, que também virão em versões com 6 e 4 núcleos, baseiam-se na mais recente arquitetura AMD x86 Zen feita em 14nm; em quatro pontos em que se concentrou a empresa em relação à geração anterior: desempenho, rendimento, eficiência e escalabilidade.

De acordo com os dados fornecidos pela AMD, em comparação com a arquitetura anterior, esta nova oferece melhor desempenho em single-core, graças a um PLI melhorado (Instruções por Paralelismo), bem como a otimização dos maiores ‘scheduler’ de instruções, largura de banda e recursos de execução (1,75x e 1,5%, respectivamente, em relação ao passado).

Na base existe um módulo chamado de arquitetura ZEN CPU Complex (CCX), um processador quad-core com SMT que integra 128 KB de cache L1 (64 KB I-cache + 64 KB D-cache), 512 KB dedicado de cache L2 por núcleo e 8 MB cache L3 compartilhado. Cada CCX pode apoiar ou não na tecnologia SMT, enquanto os vários módulos se comunicam através do barramento de alta velocidade. Na sua configuração mais topo de linha, o Ryzen oferece dois CCX, enquanto ao mesmo tempo um CCX pode ser desativado dependendo da necessidade do sistema.

Para atender a uma melhor gestão do chip, e, portanto, para melhorar a sua eficiência, cada Ryzen integra uma rede de sensores precisos que se comunicam de forma inteligente; estes sensores são calibrados para fornecer uma precisão muito elevada, da ordem de 1 mA/1 mW/1 mV/1°C.

Estes sensores contam com a tecnologia SenseMI destinada precisamente a melhorar a eficiência da CPU, sendo dividida em 5 tecnologias: PurePower, Precision Boost, Extended Frequency Range, Neural Net Prediction e Smart Prefetch.

• Pure Power: esta tecnologia ajuda os mais de 100 sensores presentes nos processadores Ryzen a manter o gasto energético mais equilibrado e coerente com a tarefa que está sendo realizada. A tecnologia atua no controle da temperatura, frequência e tensão, de modo a entregar uma maior otimização energética, ajustando o consumo e o aquecimento de acordo com a operação, mantendo o desempenho sempre estável.
• Precision Boost: esta é um complemento da tecnologia Pure Power. O Precision Boost também se beneficia do conjunto de sensores para aumentar as frequências em momentos que a performance do processador é mais requisitada. Graças ao controle energético oferecido pelo Pure Power, o Precision Boost pode fazer os ajustes necessários de frequência sem comprometer o consumo. De acordo com a AMD o incremento nas frequências será feito em intervalos de apenas 25 Mhz.
• Extended Frequency Range: esta tecnologia permite ao processador se desgarrar do limite de clock imposto pelo Precision Boost, quando uma solução de resfriamento como watercooler ou por LN2 estiver instalada no processador. As frequências serão adaptadas de acordo com o sistema de resfriamento utilizado, tudo feito de forma automática, sem intervenção do usuário, graças às capacidades de aprendizado do processador.
• Neural Net Prediction: com base em inteligência artificial, esta tecnologia consegue observar os padrões e antecipar futuras decisões que devem ser tomadas, em relação aos processos. Basicamente é uma forma inteligente de levar a CPU por um caminho mais rápido e inteligente em suas decisões, intensificando a performance.
• Smart Prefetch: esta tecnologia é uma extensão do que realiza o Neural Net Prediction. O Smart Prefecth se beneficia de algoritmos de aprendizado para identificar e entender os modelos de acesso aos dados, melhorando a eficiência da memória cache.

Os processadores Ryzen precisam de placas-mãe com socket AM4 (1331 pinos) para funcionar; no momento há três opções de chipsets compatíveis com esta linha, um para os modelos high-end (AMD x370), um para o segmento de médio porte (B350) e um para plataformas de gama baixa e média (A320).

Esta plataforma tem suporte apenas a memórias DDR4 até 2133/2400 MHz (em overclock os clocks devem ultrapassar 3 GHz). Além disso, temos suporte a PCI-Express Gen 3, USB 3.1 (Gen2), NVMe e suporte a SATA Express. A nova plataforma AM4 destina-se a todas as CPUs, incluindo os futuros processadores baseados na arquitetura Zen.

No papel essa nova linha de processadores da AMD realmente tem muito a oferecer, mas, e na prática? Abaixo podemos conferir alguns benchmarks em jogos realizados pelo site Guru3D, comparando os processadores da Intel com seus novos rivais da AMD.

Como visto, estes novos processadores da AMD exibem um grande salto comparado ao que vimos nas últimas gerações, mas ainda não superam os rivais mais potentes da Intel. Mas temos que lembrar que a AMD vem cobrando um preço consideravelmente inferior, o que pode resultar em um melhor custo-benefício no final.