O mercado de computadores pessoais — incluindo desktops, notebooks e workstations — enfrenta um período de baixa demanda dos consumidores, fazendo com que o segmento registre menores índices de vendas quando comparado ao período pré-pandêmico e dificultando o crescimento de fabricantes de dispositivos.

Na segunda-feira (10), a IDC Tracker divulgou um estudo que levantou dados referentes ao desempenho do mercado de computadores pessoais ao longo do 2º trimestre de 2023. De acordo com a pesquisa, o segmento registrou uma retração de 13,4% nos envios de dispositivos ao varejo em relação ao 2º trimestre de 2022.

A baixa demanda fez com que os estoques permanecessem abastecidos em níveis acima do normal, por mais tempo que o esperado. Com isso, as empresas precisaram reduzir o envio de produtos ao varejo. Com exceção da Apple e HP, todas as principais fabricantes tiveram redução significativa de fornecimento no último trimestre.

Liderando o mercado com uma pequena margem acima da rival, a Lenovo possui 23,1% de quota de mercado. A gigante chinesa enviou 14,2 milhões de unidades de PC no 2º trimestre de 2023, isto é, uma retração de 18,4% em relação ao mesmo período em 2022.

A HP, vice-líder do mercado, teve remessa de 13,4 milhões de aparelhos. Sua retração de apenas 0,8% indica que a fabricante norte-americana está finalmente se aproximando da normalização dos níveis de estoque após enfrentar um excesso no ano passado.

“O estoque elevado de componentes está, mais uma vez, impedindo o avanço do mercado”, disse o gerente de pesquisa Jitesh Ubrani. “Apesar dos problemas estarem diminuindo, muitos fornecedores continuam a oferecer preços reduzidos para limpar o estoque, embora os fabricantes e canais de vendas estejam cautelosos devido à demanda reduzida.”

Entre as cinco maiores fabricantes, a Dell foi a empresa que registrou maior retração comparando os resultados do 2º trimestre de 2023 com 2022. Com baixa de 22% nas remessas, a empresa caiu para 16,8% de market share, abrindo margem para o crescimento da Apple, que saltou de 6,8% para 8,6% no mesmo período.

Esse foi o sexto trimestre consecutivo de redução de remessas provocada por um cenário macroeconômico desfavorável e demanda fraca por consumidores e empresas, contudo, o mercado ainda teve um desempenho melhor do que o previsto para o trimestre.

As fabricantes devem seguir escoando os estoques ao longo dos próximos meses, o que poderia significar preços mais competitivos para os clientes.