
Asus 01 Set
24 de dezembro de 2024 0
A ASUS estreou a linha de processador Intel Core Ultra 2 no Brasil com o novo Zenbook S 14, e chegou a hora de ver se ele realmente entrega tudo o que prometeu, e se vale os R$ 13 mil pedidos pela empresa oficialmente.
Será que o laptop ultrafino e ultraleve da ASUS aguenta o tranco? Continua com a gente para descobrir.
Algo que chama atenção logo de cara no Zenbook S 14 é seu visual. Construído em metal com acabamento em uma liga de cerâmica e alumínio, que permitem certificação militar MIL-STD 810H de resistência, ele é vendido apenas em uma cor mais escura que contrasta com as linhas prateadas e a inscrição “ASUS Zenbook” presentes em sua tampa externa.
A sensação ao toque é suave graças ao acabamento fosco da cerâmica, e ele também é bem confortável de levar por aí, tendo só 1,1 cm de espessura e 1,2 kg. Por ter bordas finas ao redor da tela de 14 polegadas e teclado em formato sem teclas numéricas dedicadas, ele também é bem compacto, parecendo com modelos de 13,3 polegadas vistos por aí.
Na borda superior da tela fica a câmera Full HD com infravermelho para autenticação via Windows Hello. Ela não tem trava física de privacidade como em outros notebooks da ASUS, o que é uma pena, e a autenticação por reconhecimento facial nem sempre funciona, especialmente se você estiver em um local com contraluz ou muito escuro.
O teclado tem teclas em formato chiclete de bom tamanho e com espaçamento confortável, trazendo retroiluminação para uso em locais escuros. Ele é no padrão brasileiro, então você vai encontrar o cedilha, mas interrogação e barra precisam do uso da tecla Alt Gr para serem usados. Ele também tem tecla Copilot, se você precisar usar a IA do Windows em algum momento.
Logo abaixo do teclado fica o grande touchpad, que está 40% maior para acompanhar a proporção da tela. Ele funciona bem e tem gestos úteis para controle do brilho da tela, volume de mídia e até controle de mídia durante a reprodução. Já acima do teclado está a grade de ventilação com milhares de furinhos para passagem de ar.
Em termos de conexões físicas, temos um pacote discreto. São duas USB-C com Thunderbolt 4, uma HDMI 2.1 e uma P2 para fones de ouvido ou microfone na lateral esquerda, e apenas uma USB-A 3.2 Gen 2 na lateral direita. Como a recarga é feita pela porta USB-C, tenha em mente que você pode ter apenas mais uma livre para usar, dependendo do que estiver fazendo. Ele tem ainda Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.4.
A embalagem do Zenbook S 14 é meio exagerada para o tamanho do notebook, trazendo basicamente apenas o próprio laptop e o carregador de 65 W com cabo USB-C.
Um dos pontos fortes do Zenbook S 14, o painel OLED de 14 polegadas tem resolução 2,8K, taxa de atualização variável até 120 Hz, tempo de resposta de 0,2 ms, brilho máximo de 500 nits, 100% de cobertura DCI-P3, profundidade de cor de 10-bit para reproduzir mais de 1 bilhão de cores e certificações Pantone, Vesa e HDR True Black 500 para maior imersão em conteúdo HDR.
O painel é sensível ao toque com suporte a uso de canetas Stylus, o que dá maior liberdade criativa em tarefas específicas, e ainda oferece certificações TÜV Rheinland e SGS de conforto visual, prometendo emissão 70% menor de luz azul nociva. Para proteger a tela, a ASUS incluiu vidro Corning Gorilla Glass NBT, que promete até 6x mais resistência a riscos e impactos.
Na prática, isso quer dizer que você tem uma ótima tela para basicamente todo tipo de uso, indo desde a exibição nítida de textos até a reprodução fiel de cores em edição de fotos e vídeos, mas sem perder a vida na hora de assistir filmes e séries, e ainda trazendo ótimo tempo de resposta para jogos.
Para entregar uma experiência multimídia completa, o sistema de som acompanha o display, com quatro alto-falantes Harman Kardon de altíssima qualidade, amplificados por uma placa Cirrus Logic. O Zenbook S 14 é compatível com Dolby Vision e Dolby Atmos, permitindo aproveitar ainda mais áudio e vídeo em conteúdo compatível.
Como dito no começo do vídeo, o Zenbook S 14 estreou o Intel Core Ultra 2 no Brasil. Também chamado de Core Ultra 200V, ou até pelo seu codinome Lunar Lake, o chip veio com grande foco na eficiência energética, oferecendo formato de SoC popularizado pelos smartphones, onde processador, memória e outros componentes estão todos dentro do mesmo “pacote”.
No caso do laptop da ASUS, temos o Core Ultra 7 258 V, que traz 8 núcleos com 8 threads e clock de até 4,8 GHz, trabalhando em TDP de 28 W. São 32 GB de RAM LPDDR5X, 1 TB de armazenamento SSD PCIe 4.0, GPU integrada Intel Arc 140V e NPU com 48 TOPS.
Como esperado, tarefas do dia a dia podem ser executadas de forma quase que instantânea. Navegar na internet, assistir vídeos por streaming, editar arquivos de texto ou planilhas, nada disso é problema para o Zenbook S 14. E, mesmo sem uma placa de vídeo dedicada, ele também não arregou para aplicações da suíte Adobe como Photoshop e Premiere, mas aqui temos um adendo.
A parte gráfica em si até que aguentou bem. Você vai precisar de um pouco mais de paciência se for editar vídeos 4K com muitas camadas e efeitos, sendo necessário reduzir a resolução do preview para evitar maiores problemas. Edições simples de fotos e vídeos para redes sociais podem ser feitas “com a mão nas costas”.
O grande porém fica quando vamos usar funções de IA, indicando que os programas ainda não sabem muito bem como lidar com a NPU da Intel, e vice-versa. Gerar imagens no Photoshop demora muito mais do que vimos no Snapdragon X Elite ou no Galaxy Book 4 Ultra, que tem GPU dedicada Nvidia que ajuda nisso. O mesmo acontece ao aplicar filtros de tratamento de voz ou usar a transcrição no Premiere, tarefas que usam IA.
O problema parece ser em identificar a NPU, sendo usadas a CPU e a GPU integrada para os cálculos, o que é muito menos eficiente e tira totalmente o propósito da nova geração. Esperamos que isso seja corrigido no futuro, seja por meio de update de drivers por parte da Intel ou de atualizações da Adobe para seus programas.
Em benchmarks tivemos os seguintes números:
São bons resultados em single-core e GPU quando comparado ao Snapdragon X Elite do Vivobook S 15, mas perdendo em multi-core. A maior vantagem fica para a GPU, mostrando que a Intel vem fazendo bem o dever de casa com sua linha integrada Arc.
Isso quer dizer que o Zenbook S 14 é bom para jogos? Torcedores, calma. Ele não tem o formato nem o hardware de um notebook gamer, não é a proposta dele. Mas sim, ele vai conseguir rodar alguns títulos mais básicos.
Conseguimos mais de 100 fps de média em Portal 2, enquanto CS 2 rodou com média acima de 30 fps na qualidade alta, sendo possível conseguir algo mais competitivo se reduzir as texturas. Já o eFootball precisou descer ao mínimo para ter uma taxa acima de 40 fps de média. Todos os jogos foram testados com a resolução nativa de 2.8K da tela.
Um ponto legal é que a ASUS conseguiu fazer o Zenbook S 14 ser bem silencioso. Mesmo ao jogar ou usar programas pesados da Adobe a ventoinha se manteve quase imperceptível. Isso não quer dizer que ele não esquentou, especialmente na área da grade acima do teclado, mas a dissipação se mostrou bem eficiente, e alguns segundos depois de terminar a tarefa já era possível sentir ele mais frio por ali.
Em relação ao sistema, temos o Windows 11 Home com idioma em português. Apesar de ter o selo Copilot+, o Zenbook S 14 ainda não recebeu as funções específicas da categoria de AI PCs, como o Paint com co-criador e os efeitos para câmera, algo que deve chegar apenas em atualizações futuras.
Ele ainda tem o Copilot, claro, com direito a tecla dedicada, mas é basicamente o mesmo que você vai encontrar em qualquer outro notebook moderno com Windows. Os diferenciais ficam no app de gerenciamento da ASUS, que inclui modo de proteção para evitar burn-in na tela OLED, otimizações de performance e cuidado da bateria.
Uma função que pode ser boa ou ruim, dependendo do seu gosto pessoal, é a de privacidade e economia de energia que usa a câmera. O notebook é capaz de perceber se você está olhando para a tela, e escurecer o display quando você desviar o olhar, ou mesmo entender se você está na frente do laptop e bloquear o sistema quando você se ausentar por alguns segundos.
Isso é legal, mas ao mesmo tempo irritante, sendo recomendado configurar um tempo legal de ausência para evitar que precise ficar desbloqueando o computador toda vez que levantar para pegar um copo d’água ou ir ao banheiro, por exemplo. Ele também reconhece quando você volta para a frente do laptop, e liga a tela de novo sozinho.
O Zenbook S 14 tem bateria de 78 Wh, e a promessa do novo Core Ultra 2 é justamente aumentar a autonomia dos laptops. Com isso, a ASUS promete até 27 horas de duração da bateria, com recarga rápida de 60% em 49 minutos. Mas isso acontece mesmo? Não.
Em nosso teste de uso diário, tirando o laptop da tomada às 7 da manhã e usando durante todo o dia com navegação web, edição de textos, trocas de mensagens pelo Telegram, reprodução de vídeos no YouTube e edição de imagens no Photoshop, o Zenbook S 14 chegou ao final do expediente às 16h com pouco mais de 20% — isso com brilho da tela em torno de 70% e pausas de vez em quando, incluindo 1h para o almoço. Com um uso bem mais leve e economia de energia ativada desde então, ele alcançou um nível crítico às 20h.
Isso mostra que muito dificilmente você conseguirá reproduzir as 27 horas de uso da ASUS, mas de qualquer forma já é uma marca muito boa para um laptop compacto como o Zenbook S 14, sendo suficiente para aguentar a carga de trabalho de um dia inteiro de expediente de boa parte dos usuários.
Já o tempo de recarga fica dentro do que a ASUS apontou, mas há um porém. Realmente a recarga inicial é bem rápida, e com 1 hora na tomada você já vai ter mais de 70% da bateria preenchida, mas a partir daí a velocidade cai bastante para prolongar a vida útil da bateria, e o laptop precisa de cerca de 2 horas para chegar a 100%.
O Zenbook S 14 foi o primeiro do Brasil com Core Ultra 2, e mostra que a Intel vem conseguindo avançar, mas não no ritmo que os usuários gostariam.
Temos sim uma melhora na autonomia da bateria e um menor aquecimento, mas a performance em tarefas pesadas ainda pode depender de uma GPU dedicada, especialmente naquelas que demandam processamento gráfico ou Inteligência Artificial — o que é irônico considerando todo o alarde em cima dos 48 TOPS da NPU.
No geral, porém, o saldo é positivo. Temos um laptop fino, leve, compacto e resistente, com ótima tela e sistema de som, performance fluida no dia a dia e que até consegue arriscar uns jogos mais simples, com bateria que aguenta mais de 10 horas em uso moderado e recarga rápida.
Como nem tudo são flores, a promessa de autonomia não foi alcançada, assim como a execução de tarefas de IA que ainda parece depender de otimização, e a falta de uma GPU mais robusta pode acabar afetando quem trabalha com modelagem 3D pesada ou edição de vídeos em resolução 4K em altas taxas de quadros. Poderíamos ter mais conexões físicas, também, especialmente porque uma USB-C já é usada para recarga.
Um concorrente nessa faixa de preço no Brasil é o próprio Vivobook S 15 com Snapdragon X Elite, que custa o mesmo, entrega bateria mais duradoura, tela maior e melhor performance em IA, mas peca em GPU e ainda pode ter alguma incompatibilidade com jogos e programas específicos devido ao chip ARM, além de não ter o visual tão premium quanto o Zenbook.
Outra opção é o Dell Inspiron 14 Plus, que custa bem menos e entrega bateria melhor, mas perde em basicamente todo o resto, especialmente em tela e design. Um pouco acima dele está o Inspiron 16 Plus, que traz Intel Core Ultra de primeira geração e placa de vídeo dedicada, mas também perde em tela e design.
No geral, o que se pode dizer é que o Zenbook S 14 é um ótimo laptop para quem foca em portabilidade acima de tudo, no sentido completo da palavra. Você não vai precisar se preocupar com volume ou peso na mochila, aquecimento durante o uso em tarefas menos intensas ou bateria que acaba depois de pouco tempo de uso. Claro, não terá a melhor performance do mundo em jogos ou tarefas pesadas, mas dentre as opções disponíveis ele se destaca.
E você, gostou do Zenbook S 14? Acha que a Intel mandou bem no Core Ultra 2 focando em melhorar a eficiência energética? Será que ele vai conseguir frear o avanço dos notebooks ARM? Comenta aí embaixo!
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