O mercado de smartphones e tablets está mudando em todo o mundo. Nas nações desenvolvidas, os clientes não estão mais animados em trocar de celular a cada ano o que está fazendo com que as fabricantes fiquem bastante preocupadas. Isso vem fazendo com que o segmento de flagships seja o mais afetado, já que neste setor é onde se encontra o maior investimento em pesquisas e tecnologias.

Nas partes mais baixas e mid-end do mercado, a concorrência continua a ser apertada com fabricantes disputando sua participação de mercado contra os clientes com preços muito consciente. O smartphone tornou-se algo onipresente e, por isso, também têm os componentes subjacentes que vão para esses dispositivos. Aqui está incluso os chipsets, ou processador, que aciona o sistema operacional e software.

Chipsets modernos tipicamente consistem em dois ou mais núcleos de aplicação, uma unidade de processamento gráfico dedicada (que em si contém vários núcleos) e na maioria dos casos, o baseband (modem de dados de celular), Wi-Fi, Bluetooth, localização (GPS, GLONASS ) e muitas vezes outros núcleos projetados com outras tarefas em mente, como controlar a tela sensível ao toque quando o dispositivo está no modo de espera.

Ao longo dos últimos dois anos, temos visto projetistas de semicondutores focarem seus projetos para incluir todos esses componentes, ampliando a migração da arquitetura ARM7 de 32 bits para a arquitetura ARM8 de 64 bits. Ao mesmo tempo, estamos vendo o tamanho de um processo de redução de 28 nm ser reduzido para 20 nm, ou mesmo até 14 nm. Quanto menor o tamanho do processo de chip, menor o consumo de energia e a emissão de calor.

Para colocar isto em perspectiva, a Qualcomm vem desenhando chips integrados há alguns anos, mas o resto da indústria tem vindo a recuperar e, em alguns casos, até ultrapassá-la. MediaTek é um grande exemplo: anos atrás, a empresa construiu o que eram considerados processadores relativamente crus, ineficientes, porém mais baratos para smartphones e tablets. No entanto, em 2015, seus produtos vêm oferecendo um desempenho similar ao que é encontrado em soluções da Qualcomm. Mais fabricantes estão construindo smartphones com chipsets da MediaTek, incluindo empresa que apostavam apenas na Qualcomm.

MediaTek acaba de anunciar os seus valores das receitas de agosto, que mostram um mês com melhoria de 6,1%, mas representado por um ano com queda de 3,3%. A variação mensal tem tradicionalmente mostrado algum movimento, com figuras de julho mostrando um declínio a partir de junho, mas é o ano em que a figura é sem dúvida mais interessante. Em 2015, a receita da MediaTek vem mostrando uma queda de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

A empresa de semicondutores culpou "as condições econômicas desfavoráveis ​​e um mercado mais competitivo para chips de celulares." A empresa sempre teve a vantagem de oferecer boas soluções com preços mais competitivos, mas agora que vem investindo no segmento de alta gama, passando pelo mesmo problema da Qualcomm.

MediaTek também estão sofrendo com as mesmas dificuldades que as fabricantes de aparelhos: a concorrência para dispositivos Android continua a ser difícil e as fabricantes estão sob intensa pressão para reduzir os preços, de modo que estão apertando os seus fornecedores para descontos mais agressivos. A tabela acima foi retirada de artigo um pouco confuso, mas que mostra que as vendas da MediaTek este ano foram, em geral, mais fracas do que no ano passado. As coisas podem mudar com a chegada dos seus novos chipsets Helio X10 e X20 – sendo este último o único deca-core do mercado, o que pode atrair várias fabricantes.