Não é de hoje que a Apple investe em iniciativas voltadas para a saúde. Já faz alguns anos que alguns projetos e plataformas foram lançados pela empresa a fim de ajudar pacientes e facilitar o acompanhamento de médicos através da tecnologia. O Apple Watch, um produto que pode ser considerado por alguns um mero acessório de luxo, tem por trás de sua concepção a mesma preocupação: aprimorar a experiência na área de saúde.

O curioso é que Steve Jobs pode ter sido o grande motivador dessas iniciativas.

Alguns executivos da Apple que estiveram por trás do desenvolvimento do Apple Watch disseram a Bajarin que o que mais impulsionou a criação do relógio inteligente foi a vontade do próprio Steve Jobs em melhorar o sistema de saúde através da tecnologia. Devido às necessidades que o cofundador da companhia encontrou durante a contra o câncer, Jobs tinha a ideia de criar soluções para ajudar os pacientes.

Um dos exemplos é a dificuldade que muitos pacientes enfrentam com o acompanhamento médico. Na época, os dispositivos não eram capazes de monitorar a saúde diariamente de modo muito eficaz e havia uma distância muito grande entre os usuários e os prestadores de serviços médicos. Por isso, conta-se, Jobs percebeu que algo poderia ser feito para que as pulseiras e aparelhos móveis fossem capazes de fazer um melhor trabalho de monitoramento.

Iniciativas

Assim, a Apple veio em 2014 com o HealthKit a fim de oferecer novos meios de desenvolver aplicativos que forneçam dados mais precisos em conjunto com o app Saúde. Alguns meses depois, apresentou o ResearchKit, uma solução tecnológica para ajudar a medicina na inovação em busca da saúde, na forma de um aplicativo para iOS que permitia que as pessoas se ofereçam para participar de pesquisas médicas.

O ResearchKit foi de grande importância para pesquisas na área da medicina, e o COO da Apple revelou recentemente que o maior estudo de Parkinson na história aconteceu usando essa plataforma, e também compartilhou que "gatilhos" de asma foram descobertos em todos os 50 Estados dos EUA graças ao ResearchKit.

Por fim, em 2015, os kits ganharam um dispositivo que é capaz de potencializá-los - o Apple Watch.

A investida mais recente da Apple é focada nos próprios pacientes. O CareKit, lançado mês passado, terá como prioridade dados voltados monitorados dos usuários que podem ser compartilhados com os médicos e a família. Através da plataforma, a comunidade de desenvolvedores poderá desenvolver apps sobre os quatro módulos básicos projetados pela Apple.

É interessante notar que, embora seja uma empresa que obviamente visa os lucros, a Apple não deixa de se preocupar com a qualidade e excelência no que tange aos seus investimentos em saúde.

Bajarin disse que recentemente visitou um laboratório secreto de saúde da Apple, que apareceu pela primeira vez na ABC News logo após o anúncio do Apple Watch. A equipe ali é formada por sete enfermeiros em tempo integral, e o laboratório usa recursos avançados, equipamentos médicos de ponta para monitorar e coletar dados de toda a equipe de funcionários enquanto eles realizam uma variedade de exercícios. O laboratório funciona 12 horas por dia, seis dias por semana, e com isso a Apple provavelmente acumulou uma quantidade fabulosa de dados biométricos que podem ser usados para alimentar projetos futuros.