Batizado MTC-300, o primeiro míssil brasileiro de cruzeiro com 300 km de alcance e precisão na escala de 50 metros entrou em sua última fase de desenvolvimento em 2018, e avança em seus teste finais de voo no âmbito nacional.

As primeiras entregas para o Exército Brasileiro estão previstas para 2020, registrando encomenda inicial de 100 unidades, no acordo definido em 2016. Lotes sequenciais devem ser entregues até 2023.

O míssil MTC-300 segue em fase de testes e aperfeiçoamento ao longo de 13 anos, com suporte para até 200 quilos de explosivos que podem ser empregados para destruição de infraestrutura, como uma central de geração de energia. De acordo com as palavras de um engenheiro ligado ao projeto, é possível comprometer até mesmo uma refinaria de petróleo de grande porte.

O míssil expande a capacidade de dissuasão do país e confere ao Exército apoio de fogo de longo alcance com elevados índices de precisão e letalidade, porém com mínimos danos colaterais.

Este é o vetor mais sofisticado do desenvolvimento do programa Astros 2020, que trata da sexta geração de um sistema lançador múltiplo de foguetes de artilharia criado há 35 anos.

Foram realizados 16 voos de ensaio até o momento, com mais quatro já programados. O míssil se comporta como uma pequena aeronave enquanto está no ar, com propulsão por meio de uma turbina, programa para aguentar até 40 horas de voo.

A navegação utiliza uma combinação de caixa inercial e GPS, com capacidade de correção de curso por meio de acompanhamento de terreno.

O programa do MTC-300, com investimento de R$ 2,45 bilhões, ainda prevê o desenvolvimento de entrega do novo foguete guiado SS40G, cujo raio de ação chega a 45 quilômetros. O mercado para o MTC-300 também é forte no exterior, com um potencial de negócio entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3,5 bilhões. Clientes conhecidos de armas brasileiras, Arábia Saudita, Qatar e Malásia aparecem como prováveis interessados no míssil.