Economia e mercado 03 Nov
Este final de 2020 tem sido o período para a chegada da nova geração de consoles. Por um lado, Xbox Series X e S já ficaram disponíveis nesta semana no mercado brasileiro. Por outro, a família PlayStation 5 ainda está em pré-venda no país.
Os consoles de Microsoft e Sony tiveram uma baixa nos seus preços sugeridos em solo nacional, devido a uma redução do IPI nos videogames. Mas o quanto a carga tributária para esse tipo de produto ainda influencia no valor final? O Detetive TudoCelular apurou as informações e fez os cálculos para descobrir a resposta. Confira:
Console que promete ser o mais poderoso da nova geração, o Xbox Series X pode ser adquirido em território brasileiro por R$ 4.599. Já o Xbox Series S está disponível nas varejistas por R$ 2.799. E quanto é cobrado de imposto nesse valor?
O TudoCelular teve acesso com exclusividade a uma nota fiscal eletrônica da compra de uma unidade do Xbox Series X. Como é possível observar na imagem abaixo, somente o ICMS gera um valor de R$ 1.149,75, com uma alíquota de 25%.
No total, a nota descreve que o valor aproximado dos tributos é de R$ 2.766,76. Segundo o site ContaAzul, o número em questão consiste em uma conta equivalente a todas as taxas que influenciam na formação do preço de produtos e serviços.
Ou seja, em um cálculo rápido, é possível subtrair o preço total dos impostos para chegar no custo de R$ 1.826,28 – na conversão de volta para o dólar, temos aproximadamente US$ 335. Na prática, a influência dos tributos resulta em cerca de 60% do que você deve desembolsar para ter uma unidade do Xbox Series X, por exemplo.
Comparação com a América Latina
Xbox Series X: 2.499.900
— Xbox Colombia (@XboxColombia) September 9, 2020
Xbox Series S: 1.499.900
Fecha de lanzamiento: 10 de noviembre #PowerYourDreams pic.twitter.com/s3DbSD3atR
Xbox Series X: $529.990
— Xbox Chile (@XboxChile) September 9, 2020
Xbox Series S: $319.990
Fecha de lanzamiento: 10 de noviembre#PowerYourDreams pic.twitter.com/KNeknDz00B
Para efeitos de comparação, em outros países da América Latina, os valores convertidos para o real não passam de R$ 4 mil. No caso específico da Colômbia, os custos são equivalentes a R$ 3.759 (XSX) e R$ 2.255 (XSS). Ou seja, em ambos os produtos, são mais de R$ 500 de diferença em relação ao Brasil.
Já no Chile, os preços, no câmbio atual, passam para o real por R$ 3.814 (XSX) e R$ 2.303 (XSS). Seguem praticamente a mesma média de diferença entre os países.
Esta coluna ainda não conseguiu obter uma nota fiscal do novo console da Sony – principalmente porque o PS5 ainda está em período de pré-venda, o que dificulta a emissão do documento de forma tão antecipada. No entanto, isso não impede de fazer alguns cálculos de importação direta, os quais também podem ser aplicados ao rival da Microsoft.
Nos Estados Unidos, o PlayStation 5 também é oferecido pelo preço sugerido de US$ 499. Ao pegar o código de Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) do produto e consultar no site da Receita Federal, é possível checar todos os impostos necessários em uma eventual compra de fora do país. Veja:
Pela taxa de câmbio desta quinta-feira, dia 12 de novembro, o valor aduaneiro convertido vai de US$ 499 para R$ 2.695,60. Ao todo, são quatro impostos incididos, cuja somatória total chega no preço de R$ 4.521,88.
Em outras palavras, os impostos cobrados ao trazer um console de videogame de fora para o país já chegam próximo do valor dos R$ 4.699 cobrados no mercado nacional.
É importante considerar, pelos cálculos já feitos acima para o console da Microsoft, que a Sony também não deverá ter os impostos cobrados em cima do valor total comercializado fora do Brasil.
Comparação com a América Latina
Chegou a hora de colocar lado a lado as diferenças dos custos em comparação a países da América Latina. No Chile, por exemplo, a versão com disco é vendida pelo já convertido valor aproximado de R$ 4.662, enquanto a edição apenas digital custa R$ 3.585 no câmbio atual
Por outro lado, na Colômbia, o PS5 padrão gira em torno de R$ 4.200, com a variante sem leitor de disco vendida na faixa de R$ 3.300. Ou seja, a tendência é que a Sony tenha optado por ampliar mais a margem de lucro na versão mais cara – dentro da mesma média brasileira – em outras localidades da América Latina.
Além disso, a empresa decidiu inserir um custo-benefício maior na Digital Edition – o que se percebe por ser bem mais barata que os R$ 4.199 necessários no mercado nacional.
Os consoles das duas empresas – Microsoft e Sony – repassaram ao consumidor um desconto no preço sugerido, após a redução de IPI em jogos promovida pelo Governo Federal. Mas será que essa diferença realmente chegou no bolso das pessoas?
A redução na alíquota foi de 40% para 30% na importação. Ao realizar os cálculos pelo simulador da Receita Federal em importação direta, com base nos US$ 499 dos consoles mais caros, é possível perceber que a taxa foi de R$ 1.293,89 para R$ 970,42. Isso significa uma baixa de R$ 323.
Apesar de os cálculos de tributos para a Microsoft e a Sony serem diferentes do preço total de US$ 499, é possível ver que, na média, a diminuição foi concedida. Com um pouco menos de diferença para a fabricante japonesa. Uma das justificativas para isso pode ser a manutenção da margem de lucro.
E aí, qual é a sua avaliação sobre os preços dos consoles de nova geração no Brasil? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.
* Agradecemos à Liliane Sorrilha, assistente fiscal da Baccelli Assessoria Contábil, pelos esclarecimentos na área de contabilidade para a matéria.
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