Pouco a pouco, a Microsoft está impulsionando seus serviços da divisão Xbox, oferecendo aos jogadores um amplo catálogo de jogos por um valor mensal justo, além da possibilidade de jogar sem precisar de um console da última geração ou de um computador superpotente.

Enquanto muitos acreditam que as inovações propostas pela gigante de Redmond são fantásticas e nos dão uma prévia sobre o futuro da indústria dos games, outros estão mais céticos e acreditam que, caso as plataformas se tornem únicas, podem significar o fim dos videogames como conhecemos hoje em dia.

Apesar de a Microsoft ter conseguido evoluir bastante o Xbox Game Pass, trazendo diversos lançamentos de peso para o catálogo do serviço, muitas desenvolvedoras ainda não consideram o modelo vantajoso para seus lançamentos, preferindo manter a exclusividade de vendas, ao menos que por um período de tempo.

Em uma entrevista com o Xbox Expansion Pass, Ed Fries — que foi parte da equipe de lançamento do Xbox original e que trabalhou na empresa até 2004 — se mostrou "assustado" com o possível efeito colateral do Game Pass, caso ele se torne um modelo dominante na indústria, assim como o Spotify se tornou para o ramo musical.

Fries teme que, caso o Xbox se torne o líder da indústria, as pessoas deixarão de comprar os jogos, o que traz consequências bem negativas para os artistas e para a indústria como um todo.

O Game Pass me assusta porque há uma coisa um tanto análoga chamada Spotify, que foi criada para o mundo da música.

Quando o Spotify decolou, destruiu o negócio da música, literalmente cortou a receita anual do negócio da música pela metade. Isso fez com que as pessoas simplesmente não comprem mais músicas.

As pessoas não compram músicas no iPhone, por exemplo, porque você compraria? Eles estão todos no seu aplicativo de serviço de assinatura. A Apple disse que vai retirar a compra de músicas porque ninguém mais as compra.

Então temos que ter cuidado para não criarmos o mesmo sistema no negócio de jogos. Esses mercados são mais frágeis do que as pessoas imaginam. Eu vi a indústria de jogos se destruir no início dos anos 80. Eu vi o negócio de software educacional se destruir em meados dos anos 90... eles literalmente destruíram um mercado multibilionário em poucos anos.

A Sony já falou diversas vezes sobre como adotar um modelo similar ao Game Pass seria prejudicial para ela, já que seria necessário fazer cortes violentos no orçamento dos jogos para que eles não perdessem dinheiro ao lançá-los em um serviço por assinaturas.

Ainda não sabemos como ficarão as coisas no futuro, mas é nítido que a Microsoft vem abalando as estruturas e que já começou a mudar a perspectiva dos consumidores e desenvolvedores.

E aí, você acha que a indústria dos games deve mudar para seguir o Game Pass?