Atualização (01/06/2022) - GS

A Microsoft tem, aos poucos, revolucionado a indústria dos videogames através de serviços como o Xbox Game Pass e Cloud Gaming, que garantem o acesso a um amplo catálogo de jogos, mesmo para quem não possui um console ou PC de última geração, por um valor mensal bem acessível.

A popularidade do serviço motivou a Sony a realizar mudanças na PlayStation Plus, que também passou a oferecer um catálogo de jogos para download por um valor mensal, mas diferentemente da Microsoft, a empresa não planeja incluir lançamentos exclusivos no serviço, já que considera que a plataforma não seria rentável o bastante para compensar o investimento feito nos jogos.

A visão da Sony ecoa a de grandes desenvolvedoras da indústria, que não consideram o lançamento nas plataformas tão lucrativo quanto o dos métodos tradicionais. No ano passado, Strauss Zelnick, o CEO da Take-Two, uma das maiores empresas do ramo, revelou que o Game Pass era insustentável para jogos de alto orçamento e, esta semana, voltou a falar sobre o assunto.

Em uma entrevista com o GamesIndustry.biz, Zelnick apontou que embora os jogos da Take-Two apareçam em serviços por assinatura, ele não acredita que lançar eles nos serviços em conjunto com o lançamento nas lojas seja a melhor estratégia.

Nós apoiamos vários serviços por assinatura e estamos felizes por fazer isso. Nosso ceticismo tem sido em relação a lançar os jogos nos serviços no mesmo dia que o lançamento nas lojas.

Isso não faz sentido para nós porque, economicamente falando, não achamos que os consumidores estão dispostos a pagar por isso - por que estariam? - e não podemos nos dar ao luxo de virar nosso negócio de cabeça para baixo de uma forma que não faz sentido economicamente.

Portanto, sempre deve haver uma interseção entre o que o consumidor deseja e o que o editor pode fazer, e não faz sentido fazer isso para lançamentos em nossa opinião. Acho que a Sony concorda minimamente conosco, porque eles disseram isso.

Pode ser potencialmente ótimo para propriedades mais antigas - essas são propriedades que estão no mercado há algum tempo. Se o preço deles foi reduzido, pode fazer sentido econômico oferecê-los por assinatura.

Zelnick é bem claro em suas afirmações, mas não descarta a possibilidade de mudar o discurso no futuro.

Essa empresa não opera com base na opinião de uma pessoa, inclusive a minha, e quando fizer sentido apoiaremos serviços de assinatura, e se é onde o consumidor quer estar, é onde estaremos.

É uma das coisas aterrorizantes sobre trabalhar em videogames - que estamos tão na vanguarda de tudo que qualquer previsão inevitavelmente fará alguém parecer tolo.

Por enquanto ainda não sabemos se os serviços por assinatura se tornarão uma unanimidade, mas parece que alguns executivos não se sentem muito confortáveis em ver o modelo atual mudando para sempre.

Atualização (03/08/2021) - GS

Presidente da Take-Two também diz que o Game Pass é insustentável para jogos de alto orçamento

Na semana passada, Shawn Layden, antigo chefe da Sony Interactive Entertainment America, causou polêmica ao declarar que serviços como o Xbox Game Pass são insustentáveis para jogos de alto orçamento, tais como os exclusivos da Sony, a menos que a plataforma tenha um número monstruoso de assinantes.

Esta semana, Strauss Zelnick, CEO da Take-Two, ecoou a declaração de Layden, afirmando que o Game Pass é um ótimo lugar para liberar jogos mais antigos, mas não para lançamentos.

As nossas opiniões permanecem as mesmas, acreditamos que um modelo de negócios por assinatura pode fazer sentido para jogos do catálogo.Mas não faz mesmo sentido para os principais lançamentos.

Para qualquer modelo de negócio fazer sentido no ramo do entretenimento, tem de funcionar para os criadores do entretenimento, assim como funciona para os consumidores do entretenimento. Acredito que lançamentos mais antigos no catálogo pode fazer sentido para os estúdios, pode fazer sentido para os consumidores que estão ansiosos, que realmente querem acesso a um amplo catálogo.

Mas, se falarmos de um lançamento de alto orçamento, as particularidades econômicas não fazem sentido.

Com a declaração de Zelnick, vemos que o valor repassado pela Microsoft para se ter um jogo no catálogo do Game Pass é irrisório quando comparado ao valor recebido pelos estúdios com o lançamento tradicional, seja para um jogo multiplataforma ou exclusivo.

É claro, o Game Pass é muito vantajoso para os consumidores, tendo em vista que o serviço garante o acesso a centenas de jogos por um valor fixo mensal, contudo, ele não é vantajoso para os estúdios, que investem valores astronômicos em um jogo e precisam se contentar com uma parcela do valor recebido pela Microsoft com essas assinaturas, ou seja, "a conta não fecha".

Assim como a Netflix, uma alternativa para a Microsoft "engordar" seu catálogo é através de seus próprios exclusivos, algo que a empresa tem se empenhado bastante nos últimos anos.

Você acha que o Game Pass irá "acabar" com o lançamento de jogos em modo tradicional?

Texto original - 28/07/2021

Ex-executivo da PlayStation diz que o Game Pass é insustentável para jogos de alto orçamento

Nos últimos anos, a Microsoft tem revolucionado a indústria dos games através do Game Pass, uma plataforma por assinatura que oferece um amplo catálogo de jogos por um valor mensal relativamente baixo, incluindo até mesmo alguns lançamentos e os exclusivos do Xbox.

Tal modelo de negócios tem criado algumas dores de cabeça para executivos de empresas como Sony e Nintendo, que passaram a ser cobrados por uma resposta para isso. Em uma recente entrevista, Shawn Layden, antigo chefe da Sony Interactive Entertainment America, falou um pouco sobre como o Game Pass é insustentável para jogos de alto orçamento, no estilo dos exclusivos da Sony.

Layden, que assumiu recentemente um cargo na Streamline Media Group, falou com o Gamesindustry.biz sobre uma grande variedade de tópicos, incluindo suas crenças sobre como a indústria de videogames poderia expandir sua base e se comunicar mais com o grupo já existente de 250 milhoes de jogadores.

Uma das potenciais maneiras de aumentar os usuários é o streaming de jogos, no qual Layden apoia, mesmo que ainda não tenha encontrado um modelo atrativo o bastante.

As pessoas não compram consoles porque querem mais metal e plástico na sala. Elas compram consoles porque querem acessar o conteúdo deles.

Se você encontrar uma forma de acessar o conteúdo na casa das pessoas sem uma caixa, então sim, ele funciona. Todo mundo tem uma solução de streaming de alguma forma. A maioria delas está limitada a uma conexão de internet decente. E eles nao construíram ainda um modelo de negócios que funcione para isso.

Quanto aos serviços por assinatura, como o Game Pass, Layden afirma que jogos AAA, que custam mais de US$ 100 milhões, não conseguem ser sustentados pelo lançamento na plataforma.

É muito difícil lançar um jogo de US$ 120 milhões em uma plataforma de assinatura que cobra R$ 29,99 por mês. Se você fizer as contas, terá de ter 500 milhões de assinantes para começar a ter retorno de seu investimento.

É por isso que agora você precisa perder posições de liderança para tentar aumentar esse número de assinantes. Mas enquanto você tiver apenas 250 milhões de consoles por aí, não precisará de meio milhão de assinantes. Então como você expande esse negócio? Ninguém descobriu isso ainda.

As declarações de Layden certamente fazem sentido e corroboram com os planos de expansão do Game Pass, contudo, parece que ainda vai levar um tempo para que a indústria perceba uma mudança real nos modelos de negócio.

Você acha que o Game Pass e o streaming de jogos eliminarão por completo os consoles de videogame um dia?