Economia e mercado 19 Dez
A aposta de Mark Zuckerberg, dono da Meta, ex-Facebook, é, como já aponta o novo nome da empresa, é o metaverso. Mas a depender dos números externos a esse mundo virtual, a realidade é um tanto preocupante. A Reality Labs, a divisão responsável por esta unidade, perdeu cerca de US$ 16 bilhões desde o início do ano passado, enquanto o lucro líquido do Facebook cai à medida que os anunciantes recuperam seus gastos.
Em paralelo, as vendas de headsets de realidade virtual caíram 2% nos EUA, chegando US$ 1,1 bilhão, em relação ao ano passado. Na escala global, o cenário é pior —as remessas caíram 12% em relação ao ano anterior, para 9,6 milhões de unidades, de acordo com dados compartilhados com a CNBC pela empresa de pesquisa NPD Group.
Zuckerberg, por outro lado, acredita que o investimento no metaverso hoje pode não colher nenhuma recompensa por mais uma década, quando a plataforma de realidade virtual poderia começar a ter lucros bilionários.
Alguns analistas, porém, prevêm que o metaverso pode começar a entrar num declínio vertiginoso a partir de 2025. Há rumores até de funcionários da Meta que compartilham desse ceticismo. O próprio programador John Carmack, que estava na empresa desde a aquisição da Oculus em 2014, expressou desapontamento com o progresso do metaverso em outubro. Ele deixou a empresa neste mês, chamando a Meta de ineficiente e mal preparada para a inevitável competição.
Vale notar ainda que os headsets de realidade virtual tiveram um boom nas vendas no ano passado —a receita nos EUA dobrou de cerca de US$ 530 milhões em 2020— em parte devido à pandemia. O Oculus Quest 2 da Meta continua a dominar o Steam Survey com quase 50% de participação de usuários.
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