A Unisoc é uma fabricante chinesa de hardware para celulares e tablets que exibiu um grande crescimento nos últimos anos, chegando a ameaçar a posição da Samsung. Parte desse fenômeno se deve a uma estratégia que, segundo uma reportagem do South China Morning Post divulgada no domingo (05), beneficiou a MediaTek.

Focando em desenvolver processadores básicos para celulares e tablets de baixo custo, a Unisoc se tornou a principal fabricante da China, uma vez que a HiSilicon sofreu grandes prejuízos com os embargos dos Estados Unidos. Hardware acessível é o modelo de negócios que mantém a MediaTek na liderança do mercado de chips para smartphones.

Após obter uma posição sólida no mercado, a Unisoc parece estar investindo em segmentos além de sua zona de conforto. No ano passado, a fabricante anunciou o Unisoc T820, sua nova plataforma para celulares intermediários compatíveis com 5G, que utiliza a litografia de 6 nanômetros. O chip suporta telas de 120 Hz e gravação de vídeo em até 4K.

A Unisoc possui cerca de 10% de market share, ficando atrás somente da MediaTek, Qualcomm e Apple. Seu crescimento foi possível com a desaceleração do uso de chips Exynos da Samsung e o cenário desfavorável para a HiSilicon. Por outro lado, órgãos reguladores de mercado do ocidente podem comprometer sua posição no mercado.

O SCMP destaca que a China ainda não possui fábricas de semicondutores avançadas, portanto, qualquer empresa que projeta hardware pode ficar suscetível ao fornecimento de peças vindas de Taiwan, como a TSMC, que precisou acatar às exigências dos Estados Unidos para continuar trabalhando com Apple, Intel e outras gigantes do segmento.

Recentemente, a Lenovo trouxe ao mercado brasileiro o Tab M10 de 3ª geração — seu novo tablet básico para profissionais — equipado com o Tiger T610, um processador que ampliou a popularidade da empresa por seu uso em celulares da realme e Infinix. Outras empresas, incluindo a própria Samsung, também contribuem para a expansão da Unisoc.