A aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft pode sofrer seu terceiro bloqueio. Na última terça-feira (20), o órgão regulador da Nova Zelândia expressou preocupações com o negócio avaliado em US$ 69 milhões (~R$ 345 milhões).

Desde abril, o negócio da Microsoft tem enfrentado obstáculos no Reino Unido e Estados Unidos, que acreditam que a concorrência será severamente prejudicada com uma possível exclusividade de títulos de peso como Call of Duty, além das consequências no mercado de jogos em nuvem.

Há alguns dias, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos entrou com um liminar para bloquear a Microsoft de finalizar o negócio com a Activision. Um juiz nos Estados Unidos aceitou o pedido e bloqueou temporariamente a compra.

Agora, a Comissão de Comércio da Nova Zelândia pode ser a próxima autoridade a bloquear a aquisição. Em seu relatório preliminar, o órgão regulador expressou diversas preocupações com o negócio. Ele diz que investiga se a compra da Activision Blizzard pela Microsoft terá impacto material no mercado de jogos em nuvem pelos seus “efeitos verticais”.

Essa menção de verticalidade se refere às consolidações da cadeia de suprimentos. Nos jogos em nuvem, o negócio é considerado uma fusão vertical porque a Microsoft opera o serviço Xbox Cloud Gaming que pode ser beneficiado com os conteúdos da Activision Blizzard.

Resumidamente, a Comissão de Comércio da Nova Zelândia quer analisar se a aquisição da Activision Blizzard daria poder excessivo ao Xbox no mercado nascente de jogos em nuvem. Vale lembrar que esse argumento é muito similar ao utilizado pela Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) no Reino Unido.

Apesar dos obstáculos, o acordo entre Microsoft e Activision Blizzard será dificilmente cancelado, principalmente por ser aprovado em diversos países como União Europeia, China, Coreia do Sul, Japão e até Brasil.

A Comissão de Comércio da Nova Zelândia tem até 17 de julho para revelar se estará ao lado dos países que aprovam a aquisição ou se será responsável pelo terceiro bloqueio no negócio da Microsoft.