A Nissan anunciou, nesta quinta-feira (26), um investimento de US$ 663 milhões na Ampere, a divisão especializada em carros elétricos da Renault. Parceiras desde 1999, as montadoras irão direcionar a aplicação milionária em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para produzir veículos alinhados com a meta sustentável da fabricante japonesa.

O investimento é revelado após um período de incertezas quanto à continuidade da Aliança, que acabou prejudicada após a prisão de Carlos Ghosn, ex-CEO do conglomerado Renault-Nissan-Mitsubishi, acusado de crimes contra o sistema financeiro. O empresário franco-brasileiro, inclusive, terá uma série documental exclusiva no Apple TV Plus.

Também parte da aliança é a Mitsubishi, e segundo representantes, a empresa tomará uma decisão sobre um possível investimento adicional na Ampere ainda em 2023. Segundo o comunicado da Nissan, o acordo foca em ampliar a aliança em três áreas:

• Projetos operacionais de alta geração de valor na Índia, América Latina e Europa;
• Maior agilidade estratégica com novas iniciativas que os parceiros podem aderir;
• Reequilíbrio das participações cruzadas do Grupo Renault e da Nissan, reforçando a governança da Aliança.

“Com a finalização dos acordos definitivos, entramos na próxima fase de colaboração com a Renault e a Mitsubishi em áreas mutuamente benéficas de inovações”, disse Makoto Uchida, CEO da Nissan. “Isso criará valor adicional por meio de iniciativas alinhadas à estratégia de eletrificação da Nissan e à Ambition 2030.”

Além disso, as empresas estão modificando suas propriedades entre si para garantir mais equilíbrio nas influências. A Renault, que detinha uma participação de 43% na Nissan, está transferindo 28,4% de suas ações da empresa parceira para um fundo de terceiros, a fim de equilibrar sua participação com a montadora japonesa, que detém 15% da francesa.

“Esses acordos nos fornecem uma base sólida para reativar as operações de negócios em todo o mundo nos principais mercados, com o potencial de gerar centenas de milhões em valor para Renault, Nissan, Mitsubishi e outras partes interessadas”, disse Luca de Meo, CEO da Renault.