
Economia e mercado 03 Jan
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) fez um estudo e projetou que a tributação de compras internacionais de até US$ 50 deve gerar arrecadação suficiente para bancar a desoneração da folha de pagamento.
Segundo os dados do órgão, o governo está subestimando a capacidade arrecadatória do programa Remessa Conforme ao projetar apenas R$ 2,86 bilhões em 2024. Para os técnicos da Fiemg, o número pode chegar a até R$ 19,1 bilhões.
No melhor cenário projetado pela federação mineira, o consumidor não deixaria de importar produtos abaixo dos US$ 50, uma vez que a taxa será inferior aos 60% cobrados em compras que ultrapassam esse valor.
Na pior projeção da Fiemg, o governo poderia ver uma queda de 45% nas compras de baixo valor, mas isso ainda resultaria em uma arrecadação de R$ 10,5 bilhões.
A federação também acredita que a produção nacional pode crescer no "cenário pessimista" e isso resulta em uma compensação de R$ 4,1 bilhões em tributos, totalizando R$ 14,6 bilhões em arrecadação.
Comentando o assunto, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, diz que o governo precisa rever seus números.
Nossos estudos demostram que a arrecadação seria maior do que a estimada pela Receita Federal. O país terá ganho tanto na tributação de importados como na produção nacional, que aumentará.
Nas projeções da Fiemg, o imposto para compras abaixo dos US$ 50 seria de 28% em um volume de R$ 13,1 bilhões, mas há membros no governo que acreditam que essa alíquota precisa ser de 20%.
Por fim, Roscoe acredita que a taxação deve "ativar o consumo interno".
Se o consumo nesses sites cair 50%, o que eu não acredito que vá acontecer, a arrecadação sobe, mas não tanto. Haverá a ativação do consumo interno, que vai arrecadar mais. São dois movimentos. Hoje, nem a embalagem, nem logística, nada fica no Brasil. Tudo vem de fora. É uma prática nociva.
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