A AMD está enfrentando dificuldades para incluir as tecnologias mais avançadas do HDMI 2.1 em seus drivers de GPU para Linux. O motivo por trás desse problema são regras impostas pela organização responsável pelo famoso padrão de conexão, o HDMI Forum, que passou a limitar o acesso às suas especificações técnicas em 2021.

No decorrer dos últimos três anos, a fabricante de hardware tentou entrar em conformidade com as políticas do HDMI Forum, mas isso parece não ser possível devido à natureza de código aberto de seu driver de GPU para Linux. Na última quarta-feira (28), um representante da empresa revelou que os esforços não geraram resultados.

“O HDMI Forum rejeitou nossa proposta”, disse Alex Deucher, engenheiro de software da AMD, em resposta a um usuário que questionou a ausência de certos recursos no driver de GPU para Linux. “No momento, não é possível implementar o HDMI 2.1 em código aberto sem entrar em conflito com os requisitos do HDMI Forum”.

Sem suporte para o HDMI 2.1, usuários de placas de vídeo não conseguem utilizar as portas HDMI da GPU para transmitir conteúdo em 4K @ 120 Hz, por exemplo, no Linux.

Isso ocorre porque, em 2021, o HDMI Forum restringiu o aceso público às suas informações técnicas. O objetivo da decisão é permitir que somente desenvolvedores e fabricantes autorizadas obtenham as especificações necessárias para utilizar os recursos de transmissão de imagem em alta qualidade e fluidez em seus produtos.

Por um lado, essa política garante maior consistência na qualidade do HDMI, mas a decisão prejudica a comunidade de desenvolvedores e usuários adeptos ao código aberto.

A AMD e a X.Org tentaram colaborar com o HDMI Forum para desenvolver uma solução que permitisse implementações de código aberto das especificações do HDMI — uma vez que o AMDGPU, ao contrário de seu driver para Windows, são de código aberto.

Meses de colaboração foram dedicados, e os engenheiros chegaram a escrever um código interno para avaliação, contudo, a organização reguladora não aprovou o pedido.

É possível que a fabricante precise buscar soluções alternativas para que possa oferecer os recursos do HDMI 2.1 (e versões posteriores) em seu driver para Linux, como incorporar mais recursos em seu firmware de código fechado ou utilizar mecanismos de segurança baseada em hardware proteger certos aspectos da especificação do HDMI.

Por ora, a falta de suporte aos recursos do padrão em drivers de código aberto continua prejudicando os usuários de dispositivos com Linux. Com isso, é recomendado que o público explore opções alternativas, como o DisplayPort, cujas especificações são abertas.