Economia e mercado 19 Ago
Atualização (21/08/2024) - RS
A implementação da TV 3.0 no celular carece um ecossistema unido em torno da tecnologia. Dessa forma, será preciso de uma atuação em conjunto de emissoras, operadoras de telecomunicações e fabricantes de smartphones. Raymundo Barros, presidente do Fórum de Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), falou sobre o assunto.
No caso, ele acredita que a necessidade de um ecossistema é o que possui capacidade de gerar interesse do fabricante do terminal, da operadora e do radiodifusor. Além disso, ele também explicou que:
O que estamos dizendo é que uma relação com todas as operadoras com base neste ecossistema a ser construído permitiria que os celulares recebessem o sinal aberto, gratuito e sem consumo de rede. Mas, através do SIM card e da rede 5G, essa personalização da publicidade pudesse acontecer
Em geral, o Fórum recomendou a adoção do padrão ATSC 3.0 ao Ministério das Comunicações (MCom). No entanto, essa sugestão é referente somente à recepção fixa do sinal, o que significa que a chegada aos celulares deve ficar para outro momento. Outro ponto destacado por Barros é não conhecer aparelhos compatíveis com o padrão ATSC 3.0 e o 5G Broadcast.
Quanto ao decreto de implantação da TV 3.0, a expectativa é que seja encaminhado ao presidente Lula até dezembro deste ano. A informação vem do secretário de Comunicação Social Eletrônica do MCom, Wilson Diniz Wellisch, que ainda afirmou sobre a ideia de que a publicação aconteça ainda no primeiro semestre de 2025.
Vinicius Caram, superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, disse que será necessário liberar de 12 a 14 canais na faixa de 300 MHz para a primeira fase da TV 3.0 no Brasil. Por fim, confira notícias anteriores sobre o desejo do governo de ampliar o número de canais e como a nova geração deve mudar a forma como conhecemos a TV.
Matéria Original (07/08/2024)
A TV 3.0 deve começar a ser implementada no Brasil ainda este ano de forma gradual e tem lançamento previsto para 2026. No entanto, ainda não há previsão para recepção broadband da nova tecnologia de televisão aberta em dispositivos móveis. Raymundo Barros, diretor executivo de tecnologia da Globo e presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), comentou sobre o assunto:
Não é uma questão de tecnologia. Hoje, a recepção em dispositivo móvel depende da construção de um ecossistema, que compreende em fabricantes dos devices, o radiodifusor e a tecnologia que ele quiser adotar, o broadcast direct to mobile como a gente chama, e as operadoras de telecom que são os principais stakeholders. Sem que todos os players enxerguem uma real oportunidade, isso não vai andar.
Dito isso, o executivo apontou dois possíveis caminhos para o prosseguimento da nova TV em aparelhos desse segmento. Uma delas é a inserção de um novo chip nos produtos para permitir a recepção broadband. Enquanto isso, a outra opção é a implementação do 5G broadband, que provavelmente faria com que os preços dos itens subissem.
Sobre o 5G Broadcast
A questão sobre a adoção do 5G Broadcast vem sendo debatida há um bom tempo e foi mencionada quando a adoção por meio da faixa de 300MHz foi pauta. Segundo a avaliação de Barros:
O 5G Broadcast não tem capacidade de prover as experiências que a gente precisa prover as experiências que a gente precisa para tela grande. Ele foi concebido para a mobilidade. O que se espera é que as decisões tomadas na Índia criem a escala para o que vai acontecer no mundo. Se a Índia adotar o padrão ATSC 3.0 (padrão adotado nos Estados Unidos), minha opinião é que todo e qualquer fabricante que quiser ser um player no mercado indiano vai adotar isso, e se adotou ali, vai adotar para o resto do mundo
Apesar disso, ele acredita que o Brasil deve separar os debates de radiofusão para ambiente fixo e mobile:
O 5G Broadcast tem no seu DNA a facilidade de tornar os celulares vendidos aos milhões todo o ano, nesse release 18, serão capazes de receber de forma natural. E só fará sentido, ainda com escala, se nós formos capazes – radiodifusores, fabricantes de smartphones e operadoras –, de encontrarmos modelos de negócio convergente.
Enquanto isso, confira os novos canais de TV Digital que chegaram em mais 35 cidades do Brasil.
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