A família Moto G9 parece finalmente completa com o último modelo que acaba de ser lançado pela Motorola, o Moto G9 Power. Com ele, temos em um intervalo de dois meses, nada menos que cinco lançamentos de uma das mais famosas linhas da história de celulares, se considerarmos os Moto G 5G e Moto G 5G Plus.

E a proposta do modelo power é bem clara. Se você precisa de muita capacidade de bateria e está disposto a perder alguns recursos para isso, esse é o modelo, e aqui a Motorola entrega a maior capacidade na história da linha Moto G. Mas é só isso que ele entrega? É isso que você confere nesse hands-on do TudoCelular.com

Suas dimensões se assemelham aos maiores modelos lançados em 2020, e isso quer dizer que o modelo não é confortável para quem tem mãos pequenas ou prefira celulares mais compactos. Começando pelo display, temos um modelo com 6,8 polegadas, tecnologia Max Vision e bordas generosas, especialmente a inferior. Ela é recortada ainda por uma câmera frontal localizada no canto superior esquerdo.

O vidro do display é colado em um frame preto e, passando a unha, dá para perceber a junção. O mesmo acontece entre esse frame e a lateral, que é plástica e tem a mesma cor da traseira. Os botões de energia e volume ficam do lado direito, enquanto a gaveta de chip e o botão dedicado ao Google assistente estão do lado esquerdo. Há uma entrada para fones de ouvido na parte superior, enquanto embaixo está o alto-falante e a entrada USB-C.

Leitor de impressões digitais? Sim, está na traseira, disfarçado no círculo onde fica o logotipo da Motorola. Já a parte de trás é feita em plástico texturizado e fosco. Por fim, o módulo de câmeras é idêntico ao do Moto G 5G Plus, um cooktop quadrado e relativamente discreto, não muito saltado em comparação ao corpo, que abriga o conjunto triplo de câmeras e o flash LED.

A Motorola exalta a tela Max Vision de seus modelos. Por aqui temos uma IPS de 6,8 polegadas e resolução HD Plus, que oferece visualização confortável, mas repete os velhos problemas de visualização já vistos em outros modelos, ou seja, telas com brilho mais intenso no centro e cores mais escuras nas extremidades. As cores são agradáveis e podem ser calibradas no sistema. Assistir vídeos com cores claras é algo tranquilo, mas há espaços para melhorias nas cenas mais escuras.

Em som, a boa notícia é que o som do Moto G9 Power é alto em volume máximo, mas soa metalizado e incomoda em músicas mais agudas, causando algumas distorções. Em músicas mais graves a sensação de som metalizado diminui, mas não por completo. Outra boa notícia é que temos fones de ouvido na caixa e com entrada P2. Mas o modelo enviado pela Motorola é básico, com construção em plástico, sem controle de volume e design semelhante aos earpods da Apple, mas a semelhança não acontece na qualidade de som, que é abafado e sem força.

A Motorola entrega uma experiência muito próxima daquilo que o Google desenhou para o sistema operacional, com poucas modificações, presentes nos gestos já tradicionais da Motorola, seja para mudança nas câmeras ou ativação da lanterna, e também na interface MyUX, que é uma customização de ícones e cores do Android. Porém, a fabricante promete apenas uma grande atualização de Android e dois anos de updates mensais de segurança, e só.

Para falar de desempenho, precisamos lembrar que o Moto G9 Power está posicionado entre o G9 Play e o G9 Plus, e isso se reflete no chipset. Temos aqui o Snapdragon 662, chipset intermediário lançado no início do ano, abaixo da linha 700. Ele vem combinado com 4GB de RAM e 128 GB de armazenamento.

Em testes frios, são cento e setenta e cinco mil pontos no AnTuTu e alguma dificuldade para rodar jogos como Asphalt 9 e Call of Duty Mobile, e foi possível notar que ele esquentou após meia hora de jogatina, não a ponto de tornar impossível segurar o aparelho, mas a ponto de ser melhor voltar a usar a capinha para seguir jogando.

O Moto G9 Power conta com a maior bateria que a Motorola já colocou em um modelo da linha Moto G, com nada menos que 6000 mAh, com os quais a fabricante promete 60 horas de uso.

Para alimentar esse tanque grande, a Motorola entrega um carregador rápido de 20W. Parece pouco, mas pelo menos é um indício que dificilmente veremos os antigos carregadores de 18W nas linhas intermediárias da Motorola no futuro.

A novidade em câmeras não está propriamente nos sensores, mas no aplicativo de câmera em si. A Motorola anunciou que o app foi repaginado para a versão 3.0, com uma nova interface, embora ainda não se sabe quando e quais celulares antigos receberão a atualização.

Em câmeras, um conjunto triplo simples, com principal de 64MP, acompanhado por um sensor macro e de profundidade de 2MP. Em boas condições de iluminação ela faz fotos aceitáveis, com poucos artefatos visíveis, mas ao cair da luz as coisas mudam. As fotos são escuras e perdem detalhes, especialmente nas extremidades das imagens. Por sorte, há um modo noturno que “salva” as imagens.

Em vídeos, o conjunto traseiro grava em Full HD a 60 fps, com foco e estabilização aceitáveis para a sua categoria, mas longe dos melhores desempenhos. Gravar vídeos à noite não é uma boa ideia, pois os vídeos saem escuros e granulados. As selfies se valem da câmera frontal de 16MP que são satisfatórias em boa luz, e contam até com um modo retrato dedicado, mas a não ser que você goste muito de fundos desfocados, é melhor usar o modo comum. O modo noturno funciona à noite e traz imagens mais agradáveis.

Especificações técnicas

• Tela IPS LCD de 6,8 polegadas com resolução HD+
• Display com furo
• Processador Snapdragon 662
• 4 GB de RAM
• 128 GB de armazenamento interno
• Memória expansível com cartão MicroSD
• Câmera frontal de 16 MP (f/2.2)
• Três câmeras traseiras
  • Sensor principal de 64 MP (f/1.8)
  • Sensor macro de 2 MP (f/2.4)
  • Sensor de profundidade de 2 MP (f/2.4)
• Dual-SIM, NFC, porta P2 e USB-C
• Bateria com 6.000 mAh de capacidade e carregamento rápido de 20W
• Android 10 rodando sob a interface da Motorola

O Moto G9 Power já está disponível para compra no Brasil, nos canais próprios da Motorola, operadoras e varejistas, com preço sugerido de R$ 1899, nas cores verde pacífico e purple.