
Jogos 04 Jul
17 de julho de 2018 0
A Samsung apresentou, em março de 2018, um novo dispositivo para um mercado que ainda engatinha no mundo inteiro: O HMD Odyssey chegou ao país junto à variante do notebook gamer com a placa de vídeo GeForce GTX 1060.
A aposta é alta. A história da humanidade está repleta de novidades e tecnologias que nunca vingaram, como o conteúdo multimídia em 3D nas televisões, por exemplo. A realidade virtual ou mista é uma dessas novidades que, pelo menos até agora, não pegou.
Para quem gosta de filmes de ficção científica, é certamente um prato cheio para se divertir, com toda a imersão que nos leva a acreditar estarmos em um mundo totalmente diferente do nosso. Será que o HMD Odyssey consegue atrair mais do que entusiastas da tecnologia? Vamos ver se o dispositivo vale a pena nos próximos parágrafos.
A Samsung manteve a marca Odyssey, utilizada em seus notebooks gamers, no dispositivo de realidade mista. Para complementar, optou pela sigla HMD, que significa head mounted display (painel montado na cabeça, em tradução livro do inglês).
Falando em termos bem gerais, o dispositivo é como se fosse um chapéu. Você o veste na cabeça, e cobre seus olhos com um visor que tem duas telas circulares no interior. Os ouvidos recebem os fones, com qualidade de áudio AKG. Tudo o que toca a sua cabeça é almofadado, para garantir o máximo conforto possível.
Esse conforto inclui diversos ajustes. Na parte de trás, uma engrenagem aperta ou solta o vestível para o melhor encaixe. Na parte da frente, encontramos outra engrenagem, esta para ajustar as telas conforme a distância dos seus olhos. Por fim, os fones também se ajustam para ficar direitinho sobre os seus ouvidos. Assim, você se isola totalmente do mundo real.
Faz parte do conjunto, ainda, dois controles padrão da Microsoft. Ambos possuem os mesmos botões: gatilhos na parte de trás e onde fica o dedo médio. Na parte da frente, um direcional analógico, um navegador configurável dependendo do aplicativo e os botões menu e Windows. Luzes iluminam uma estrutura circular acima do controle, que servem de guias para o dispositivo.
Considerando que o espaço físico sempre será limitado, por maior que seja o ambiente onde você fará a instalação, os direcionais analógicos permitem a movimentação no mundo virtual sem que você se mexa fisicamente. Ou seja, dá para jogar sentado, se você quiser - aliás, é até recomendado, por conta do fio.
O HMD Odyssey não tem um processador embutido. Ele é totalmente dependente de um PC para funcionar. O hardware dentro do dispositivo se limita às telas AMOLED de 3,5 polegadas, com ângulo de visão de 110° e resolução de 1440 x 1600 pixels. A suavidade da imagem é garantida com uma taxa de atualização de 60 ou 90 Hz.
O áudio fica a cargo de dois fones AKG com som espacial de 360°. Isso significa que você consegue ter noção real de onde vem o som, como se fosse no mundo real. O conjunto multimídia se completa com um microfone embutido, para falar com a Cortana ou conversar enquanto joga online.
O HMD Odyssey funciona via plataforma de realidade mista do Windows 10. Ou seja, você precisa de um PC pronto para essa tecnologia, com uma placa de vídeo boa, de preferência. Lembrando que será renderizado um mundo em 360°, e isso exige bastante da sua máquina. A gente fez os testes com um Odyssey equipado com a GeForce GTX 1060, também emprestado pela Samsung.
Na plataforma da Microsoft, a gente tem uma casa no penhasco totalmente personalizável. Dá para incluir painéis, ou janelas - já que estamos falando de Windows - com aplicativos e a sua área de trabalho. Sim, dá até para usar o computador para atividades do dia a dia com os óculos de realidade mista.
Na casa, tem uma área onde você pode assistir filmes com um céu estrelado em cima de você, simulando um cinema ao ar livre.
Ah sim, o HMD ODyssey tem também compatibilidade com o SteamVR. É necessário instalar um programa para fazer a integração, mas quando isso é feito, é só abrir um jogo de realidade virtual com o dispositivo conectado corretamente que o jogo é lançado automaticamente para os óculos.
O HMD Odyssey é bastante imersivo e divertido. Mas é bom ter em mente que, dependendo do que você instalar para usar com os óculos e o tempo que permanecer no mundo da realidade virtual, pode até estranhar um pouco o mundo real alguns minutos depois de desligar. Mesmo assim, a sensação não é tão ruim quanto outros dispositivos de realidade virtual.
Tanto o áudio quanto a imagem possuem altíssima qualidade, apesar de os gráficos dependerem, também, do seu PC e da potência de renderização da sua placa de vídeo. Até onde as telas do HMD Odyssey podem influenciar, elas conseguem garantir uma imagem de qualidade um pouco superior a outras opções do mercado.
Jogamos alguns títulos interessantes disponíveis no SteamVR, como The Lab e RecRoom, dois dos mais recomendados entre os gratuitos, e a experiência foi bem interessante. O controle tem resposta muito boa, e nos permitiu realizar todas as atividades sem problemas.
Os jogos podem imitar atividades da vida real, como cozinhar e organizar as coisas, além de esportes, como tênis, arco e flecha e outros. Com os controles, o usuário simula os movimentos dessas atividades. Além de diversão, é uma espécie de exercício, também.
E claro que há alguns pontos fracos aqui. O primeiro deles é o cabo. Quem quiser visitar a realidade virtual em pé, vai ter que ter alguém mais na sala vigiando para evitar problemas com esse cabo, que pode enroscar e causar um acidente, seja derrubando o usuário ou levando o computador ao chão. Ao menos o comprimento é bem generoso, chegando a 4 metros.
Outro ponto fraco é o peso. Apesar de todos os ajustes e a parte interna ser almofadada, pode ser um pouco incômodo usar por um longo período de tempo por conta dos 645 gramas do dispositivo em cima da sua cabeça.
Por fim, o preço. A realidade mista ou virtual é uma tecnologia cara. Sequer existem, hoje, opções acessíveis de verdade. Qualquer dispositivo que use a plataforma Windows, ou até mesmo o PlayStation VR, possui preço elevado.
No caso do HMD Odyssey, o preço está até um pouco acima da média do mercado: o menor valor que encontramos ainda está acima dos três mil reais. E isso sem o PC. Porém, mesmo lá fora ele tem valor elevado, ficando em torno de US$ 500.
Se você tem como fazer o investimento e já está empolgado com a realidade virtual, o HMD Odyssey é, sim, uma boa opção. Há alternativas mais baratas no mercado brasileiro, e até mesmo comprar um PlayStation com o PSVR acaba saindo mais barato, mas te limita à plataforma da Sony.
A Lenovo tem o Explorer, que fica abaixo dos dois mil e quinhentos, mesma faixa dos óculos da Acer.
Além do dispositivo e do PC, você ainda tem que comprar jogos e aplicativos, apesar de haver opções gratuitas bem interessantes, especialmente no SteamVR.
O veredicto final é: não vale a pena, a menos que você seja um grande entusiasta da realidade virtual. Senão, melhor esperar mais um pouco até a tecnologia popularizar mais.
E aí, você concorda? Já experimentou outro dispositivo de realidade mista e quer compartilhar sua experiência com a gente? Aproveita o campo de comentários para deixar suas impressões.
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