A polêmica em torno da creepypasta Momo ganhou contornos mais graves graças à aparição da boneca no YouTube Kids, onde aparecia ao lado de instruções de suicídio feitas por uploaders mal intencionados. A plataforma de streaming infantil procurou dizer a criadores para não postarem vídeos sobre a personagem. Entenda mais sobre o caso aqui.

Com a morosidade das plataformas em fazer a devida curadoria de conteúdo, o Ministério Público da Bahia resolveu agir, e notificou Google e WhatsApp para removerem das redes sociais vídeos e imagens que contenham a participação de Momo.

No Estado, a notificação ao Google e ao WhatsApp foi feita por meio do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos (Nucciber). O promotor Moacir Nascimento, que coordena o núcleo, disse ao G1 que não há casos registrados na Bahia de crianças ou adolescentes que cometeram delitos influenciados pelos vídeo, mas decidiu abrir o procedimento por conta da dimensão que tem tomado nas redes sociais.

Houve ampla repercussão do vídeo e, como havia a possibilidade de repercussão na Bahia, foi instaurado o procedimento, para colheita de dados, provas, e a manifestação das empresas. O vídeo está circulando em inglês e espanhol pelo WhatsApp. O que estamos buscando é que eles adotem providencias para que não seja mais compartilhado"
Moacir Nascimento, coordenador do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos (Nucciber)

Publicações especializadas no universo infntil ressaltam a importância da atenção dos pais e responsáveis aos vídeos que as crianças assistem, pois vários deles possuem conteúdo normal no início, mas depois inserem a figura da boneca com instruções maliciosas.

O promotor ressalta que a responsabilidade maior sobre conteúdos que chegam aos pequenos é dos pais:

O problema é criança e adolescente de 12, 13 anos, com smartphone, usando a internet sem nenhuma supervisão de um adulto. A boneca não causa suicídio. O que leva ao suicídio é o distanciamento dos pais e responsáveis"
Moacir Nascimento, coordenador do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos (Nucciber)

O caso de Momo lebra o jogo da Baleia Azul, que teria levado mais de cem crianças ao suicídio em 2017 - número nunca confirmado - que sugeria desafios macabros a serem realizados nas madrugadas. Curiosamente, as duas personagens vêm da Rússia.