Em meio a diversas polêmicas que envolvem bullying e assédio nas redes sociais, principalmente contra crianças e adolescentes, como os planos do Facebook de criar um “Instagram for Kids” e a ação judicial que o TikTok encara por coleta ilegal de dados infantis, o Snapchat enfrentará um processo por conta da morte de um jovem de 16 anos em Óregon, Estados Unidos.

A ação judicial está sendo movida pela mãe do garoto, que cometeu suicídio em junho de 2020 após sofrer cyberbullying por meses através dos aplicativos de mensagens anônimas Yolo e LMK. Ambos estavam integrados à plataforma de comunicação do Snapchat através do Snap Kit, o conjunto de ferramentas da empresa para desenvolvedores terceirizados.

Diante da situação, o Snapchat, retirou as duas aplicações do ar, como afirmou um porta-voz da empresa ao site FOX 12:

À luz das graves alegações levantadas pela ação judicial, e por uma abundante cautela para a segurança da comunidade Snapchat, estamos suspendendo as integrações do Yolo e do LMK ao Snap Kit enquanto investigamos essas reivindicações.

O processo alega que os aplicativos Yolo e LMK violam a lei de proteção de consumidores e falham em seguir os próprios termos e política de uso — nos quais afirmam tolerância zero para comportamento abusivo — não fazendo o suficiente para evitarem assédio contra usuários.

Além disso, afirma que apps de mensagens anônimas facilitam a ocorrência de cyberbullying em um nível tão grande que deveriam ser considerados produtos perigosos.

A suspensão dos aplicativos foi apenas uma das demandas do processo, que ocorre na Califórnia. Segundo os documentos do tribunal, a mãe do garoto também busca compensação financeira e outras reivindicações por "responsabilidade estrita, negligência, deturpação fraudulenta, deturpação negligente e violações das leis de proteção ao consumidor" pelo Yolo e LMK.

Segundo ela, o cyberbullying contra o jovem ocorria de forma silenciosa. Nos últimos dias de vida, o adolescente estava desesperado, entrando em contato com amigos e buscando formas de burlar os aplicativos, para identificar os abusadores.

A ação judicial representa todos os residentes dos Estados Unidos na faixa etária dos 13 a 17 anos que estiveram usando o Snapchat pelo menos desde 2018.

Qual sua opinião sobre o uso de redes sociais por crianças e adolescentes, em especial os que permitem mensagens anônimas?