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Deepface vs deepfake: até onde a tecnologia pode chegar para substituir um humano? | Detetive TC

22 de dezembro de 2022 0

Não é de hoje que uma das preocupações de especialistas em cibersegurança consiste nas chamadas deepfakes. Esta coluna, inclusive, já abordou como identificar uma na internet. Porém, com os constantes avanços tecnológicos, esse recurso pode ser usado não somente para fingir ser alguém que não é, como até mesmo substituir funções de humanos.

De maneira complementar a isso, entra a deepface, como um método de trazer algumas especialidades para o primeiro recurso. Afinal, até onde a tecnologia pode caminhar com essas duas ferramentas avançadas? O Detetive TudoCelular detalha o assunto para você.

O que é deepfake?

Para começar, é importante definir o que se trata o deepfake. Ele consiste em uma tecnologia para utilizar a Inteligência Artificial para criar vídeos falsos de pessoas executando alguma ação, contudo com um visual realista.

A prática tem a sua realização ao realizar uma síntese de imagens ou sons de seres humanos. A IA, então, combina esses dados a um outro vídeo já existente, com o resultado em uma montagem.

A criação de uma deepfake vem por meio da execução de duas Redes Geradoras Adversariais (GANs). Elas são redes neurais que vão testando uma “mentira” até que se torne o mais próximo possível da realidade.

O que é deepface?

O deepface tem suas diferenças em relação ao deepfake, por se tratar de uma tecnologia de reconhecimento facial e análise de atributos, também por meio da Inteligência Artificial, para identificar pessoas por meio de imagens digitalizadas.

O termo ganhou mais força em 2015, quando uma estrutura híbrida com essa nomenclatura passou a ser utilizada pelo Facebook com a função de reconhecimento facial. A ferramenta em questão conta com 97% de precisão e tem sua importância na hora de evitar falsificação ou roubo de identidade na plataforma.

Ao mesmo tempo, é possível usar o conceito de maneira inversa, ou seja, para transformar um rosto em uma animação, por meio de algoritmos baseados em Inteligência Artificial para simular uma face e movimentos em 3D que simulem a realidade.

Tecnologia comercial

Não precisamos ir longe para visualizar algo assim na prática. Já existem soluções comerciais que entregam vídeos profissionais de uma “pessoa” passando alguma mensagem falada.

Uma dessas ferramentas é a Movio. O TudoCelular chegou a simular um uso da tecnologia. Por meio de um texto sobre ofertas da Black Friday, testamos o funcionamento da ferramenta na prática. Você pode conferir no player abaixo:

O resultado foi uma fala bastante fluida e com movimentos que realmente simulam uma pessoa real. A mensagem é passada com sucesso ao receptor, por meio da compreensão correta da IA sobre o idioma e as pontuações.

Contudo, ainda não se trata de uma tecnologia perfeita e definitiva. Apesar da aparência humana, algumas características deixam explícito que se trata de uma máquina, como o movimento mais “travado” da boca na fala e alguns “respiros” mais curtos do que um humano pode realizar para falar o mesmo texto.

Em um segundo exemplo, no vídeo acima, dá para ver uma situação com maior realismo, também feito pela Movio. É possível notar pela fala mais pausada que fica com um tom similar aos humanos.

Em outras palavras, conseguimos entender que essa tecnologia é totalmente capaz de avançar conforme o modelo treinado, para simular mais gestos e práticas de pessoas reais.

Até onde pode chegar?

A deepfake e a deepface não são recursos exatamente novos, mas possuem um grande espaço de crescimento no futuro. A princípio, ferramentas do tipo ganharam fama negativamente, pelo uso na construção de Fake News mais realistas, para influenciar a população sobre determinados assuntos, como em política.

No entanto, a existência de soluções comerciais expande a atuação desse tipo de Inteligência Artificial para outros segmentos. Dá para imaginar a tecnologia utilizada para vídeos de marketing, ensino remoto e até mesmo treinamento corporativo, nos quais você apenas coloca o texto e a arte, com uma imagem “humana” feita por IA no trabalho de transformar em algo visual.

O jornalismo consiste em outra área que tem capacidade de explorar esse recurso. Dentro do próprio teste que fizemos, dá para ter uma amostra do que pode ser possível obter em uma apresentação de vídeo. No entanto, partes da essência do jornalismo que demandam contextualização dos fatos ainda estão inalcançáveis pelas máquinas.

A tendência é que a criação de avatares realistas ganhe uma proporção ainda maior conforme o desenvolvimento e o aprimoramento do chamado metaverso. Assim, uma tecnologia desse tipo pode ser facilmente mesclada com uma experiência mais imersiva de quem estiver consumindo o conteúdo.

O futuro está em aberto para tecnologias de Inteligência Artificial. Apesar de ainda ser uma incógnita sobre os caminhos pelos quais ela tomará rumo com maior sucesso, não é um delírio dizer que este ainda pode ser apenas o começo para o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que substituam os humanos em caráter visual.

Qual é a sua avaliação sobre os avanços tecnológicos nas áreas de deepfake e deepface? Conte para a gente no espaço abaixo.


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