Engenheiros da Apple debateram muito antes de criar algumas das funções de inteligência artificial da Apple Intelligence que chegarão ao iPhone, iPad e Mac. Uma delas é o "Limpar" (do inglês, “Clean Up”), que permitirá eliminar detalhes indesejados em fotografias — como objetos e pessoas no plano de fundo — mantendo-se fiel à imagem original.

Craig Federighi, chefe de software da Apple, disse na terça-feira (22) que a empresa tem o objetivo de fornecer recursos de edição com inteligência artificial que preservem a autenticidade das imagens, apontando que é muito importante para a companhia “ajudar a fornecer informações precisas, e não fantasias”.

Recurso "Limpar" permite remover detalhes indesejados em imagens usando o app Fotos (Créditos: Apple)

Durante uma entrevista concedida a Joanna Stern, do The Wall Street Journal, foi realizada uma breve demonstração do recurso Limpeza, onde a entrevistadora tira uma foto com o executivo da Apple, e então, remove alguns objetos indesejados da cena, como um microfone e uma garrafa de água usando o app Fotos do iPhone.

“Queremos mesmo facilitar a remoção daquela garrafa de água e do microfone? Pois aquela garrafa de água estava lá quando você tirou a foto”, disse Federighi.

“A demanda das pessoas que desejam limpar o que parecem ser detalhes estranhos à foto que não mudam fundamentalmente seu significado tem sido muito, muito alta, então estamos dispostos a dar esse pequeno passo”, continuou.

Por outro lado, o executivo afirma que a Apple está “preocupada” com o impacto da IA na credibilidade da fotografia como um indicativo da realidade. Algumas ferramentas de inteligência artificial conseguem adicionar objetos em imagens de forma simples e altamente realista, o que poderia ser explorado para difundir informações falsas.

A Apple Intelligence não permite que usuários adicionem manipulações geradas por inteligência artificial às imagens salvas no dispositivo — ao contrário de serviços rivais do Google e Samsung, por exemplo. Todas as imagens editadas usando a remoção inteligente de objetos possuem marca d'água para sinalizar que foram alteradas.

Federighi reconhece também que as ferramentas de inteligência artificial generativa ainda estão em desenvolvimento — e o processo é lento. “Sabíamos que a distância entre nossa visão para a Apple Intelligence e o caminho para entregarmos os resultados não resultariam em um lançamento já em setembro [data de lançamento do iOS 18]”, disse.

Quando perguntado sobre a integração da Siri com o ChatGPT, bem como sua capacidade de responder a perguntas mais complexas que não estejam necessariamente relacionadas às configurações do dispositivo, o executivo reforçou que a assistente virtual está adotando as melhorias gradualmente e deve se tornar mais inteligente ao longo do próximo ano.

Rumores indicam que o iOS 18.1 será lançado oficialmente em 28 de outubro, trazendo as primeiras ferramentas de IA generativa ao iPhone. A atualização deve ser disponibilizada junto ao iPadOS 18.1 e macOS 15.1, que levarão recursos semelhantes ao iPad e Mac, respectivamente, como os resumos de notificações e Writing Tools.