O Telegram deu um passo gigantesco para reduzir a propagação de material de abuso sexual infantil. A empresa anunciou parceria com a IWF (Fundação de Monitoramento da Internet, traduzido do inglês). A ação ocorre meses depois da prisão de Pavel Durov, CEO e criador do mensageiro, na França.

A IWF já tem o costume de trabalhar com grandes empresas de tecnologia, governos e plataformas de mídia social a fim de impedir a propagação de material de abuso infantil. Com a nova parceria com o Telegram, o mensageiro terá acesso as ferramentas da Fundação que bloqueiam esse tipo de conteúdo; o que inclui chaves hash para mídias e links já conhecidos e qualquer outro material prejudicial detectado.

A Fundação afirma ter encontrado milhares de casos confirmados de propagação desse tipo de material no Telegram desde 2022.

Em pronunciamento, Remi Vaughn, chefe de imprensa e relações com a mídia do Telegram, afirmou que a plataforma já “remove centenas de milhares de materiais de abuso infantil todo mês” por meio de moderação com algoritmos de IA, denúncias, correspondência com chaves hash e outros métodos. Ele acrescentou, porém, que a parceria fortalecerá a capacidade da companhia de eliminar esse tipo de material antes que alcance alguém.

No passado, o Telegram já havia recusado qualquer tipo de parceria que pudesse limitar a propagação desse tipo de conteúdo. Durante a prisão de Durov, as autoridades francesas emitiram 12 acusações contra o CEO, sendo uma delas a cumplicidade na “distribuição, oferta ou disponibilização de imagens pornográficas de menores, em um grupo organizado".

Desde a prisão do CEO, a plataforma tem passado por mudanças. Em setembro, a empresa anunciou que passaria a entregar dados de usuários suspeitos de crimes no aplicativo às autoridades – algo que já havia lutado contra no passado.