Segundo a publicação The Guardian, documentos mostram que o escritório do Ministério Público australiano estaria em contato com empresas de telecomunicações e bancos, a fim de testar o uso privado do Serviço de Verificação Facial para o próximo ano.

Para isso, as empresas precisariam obter uma autorização e apresentar que não estão violando a Lei de Privacidade da Austrália. A utilização desse sistema teria como objetivos principais combater fraudes e verificar as identidades dos seus clientes.

Por outro lado, há a preocupação de que essa possibilidade compartilhe dados pessoais com outros que as pessoas não confiam plenamente. Na China, por exemplo, foi testado este ano um sistema de reconhecimento facial para espionar até na hora de ir ao banheiro. Já nos Estados Unidos, o FBI chegou a culpar inocentes por crimes não cometidos com esse recurso.

No entanto, a ferramenta já mostrou também possuir benefícios em outros locais do globo terrestre. No Reino Unido, em junho deste ano, a polícia local capturou bandidos após detectar seus rostos com a tecnologia.

A própria Austrália já utiliza o reconhecimento facial desde o início de 2017. Em janeiro, o país começou a implantar o sistema em aeroportos, para permitir que viajantes passem sem mostrar o passaporte ou até mesmo falar com alguém.

Na situação divulgada agora, a abordagem seria semelhante ao Serviço de Verificação de Documentos existente, no qual as empresas pagam uma taxa toda vez que desejam verificar informações de documentos, como a carteira de motorista ou passaporte.

Se isso prosseguirá, vai depender de uma avaliação de privacidade independente. Caso o sistema de reconhecimento facial tenha sequência, o governo australiano precisará provar que os dados adquiridos pelas empresas estarão seguros de qualquer tipo de violação. Algo que pode exigir muito trabalho e tempo.