Durante esta semana, acontece o encontro anual do Fórum Econômico Mundial (FEM), em Davos, do qual participam os principais líderes políticos e empresariais do mundo, além de jornalistas e intelectuais selecionados, para debater as metas de desenvolvimento e soluções de problemas globais.

Uma das questões pertinentes em debate é o futuro dos empregos para a população. Foi apresentado um relatório na reunião e, entre vários tópicos, foi abordado o problema das novas tecnologias de automação que ocupam a função de trabalhadores humanos. E revela uma constatação preocupante: a perda de empregos não afetará a todos da mesma forma, pois as mulheres perderão mais vagas do que homens.

Já faz um bom tempo que o assunto é discutido. Satya Nadella, CEO da Microsoft, é um dos que defendem a necessidade de se atentar para essa realidade, mas também saber tirar proveito dela aproveitando os novos empregos que a tecnologia proporcionará.

Mas pode ser que esses novos empregos não estarão ao alcance de todos aqueles que perderem seus trabalhos atuais para uma máquina. De acordo com o documento do FEM, as tecnologias eliminarão cerca de 1,4 milhões de empregos até 2026, só nos EUA. Mais da metade desses desempregados serão mulheres, em cerca de 57%.

Claro que para resolver o problema é possível fazer cursos de capacitação e ocupar diferentes funções, inclusive aquelas que surgirão no advento da tecnologia de automação. Só que há desigualdades nesse cenário também. O documento relata que, sem tais cursos, as mulheres terão cerca de 12 outras opções de trabalho, enquanto os homens terão 22. Com novos cursos profissionalizantes, serão 49 para mulheres e 80 para homens.

Isso ocorre porque existe uma diferença de postos de trabalho para homens e mulheres. E são exatamente os postos geralmente ocupados por mulheres os que correm mais risco de serem "roubados" pelas máquinas. O relatório cita como exemplo postos de secretaria e assistência de administração, nos quais mais de 164 mil mulheres podem perder seus empregos nos próximos oito anos.

Há algumas boas possibilidades para as mulheres, no entanto. Dentre aquelas que conseguirem um curso de capacitação e mudar de área, 74% devem ganhar salários maiores, enquanto dentre os homens, o número é de 53%. Isso estaria relacionado ao fato de que mulheres atualmente ainda ganham menos do que homens.