Se há algo de positivo acontecendo em meio à pandemia de coronavírus está a diminuição da poluição na região metropolitana de São Paulo. Imagens de satélite mostram uma queda real na primeira semana de abril, em comparação com o mesmo período do ano passado.

As imagens de abril de 2019 marcam o padrão típico da cidade em funcionamento normal, com escolas, comércio, serviço e trasporte, além do já conhecido trânsito que marca as cidades. Já as imagens deste ano mostram o efeito da quarentena na poluição de São Paulo.

Medidas para restrição da circulação de pessoas começaram a ser adotadas em São Paulo a partir de 24 de março. Pela imagem a seguir, a escala de cores delimita, com a cor vermelha, áreas com maior densidade de população, e o amarelo aponta densidade menor, e azul é a menor densidade possível.

o método para tratar as imagens foi adaptado para o cenário brasileiro pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Eferito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima, e é parte de um projeto experimental do Instituto de Tecnologia de Massachussets, capitaneado pelo pesquisador Gennadii Donchyts.

No caso de São Paulo, quem dita a diferença é a diminuição da circulação de carros. A redução na queima de combustíveis marca a diferença entre as manchas detectadas no último dia 20 de março em comparação com o mesmo período do ano anterior. E os pesquisadores do SEEG apostam que 2020 pode marcar a maior redução global de emissões de gases de efeito estufa dos últimos anos. Tasso Azevedo, coordenador do Seeg, explica o impacto dessa mudança

Se as emissões param por dois ou três dias, como acontece em um feriado, as partículas maiores se depositam rapidamente e o índice de poluição já melhora, mas se paramos por 10 ou 15 dias, o céu literalmente abre. Foi isso que os satélites conseguiram detectar".
Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Eferito Estufa