A Era do Gelo terminou há alguns milhares de anos, porém fósseis e elementos desse período continuam sendo encontrados por pesquisadores, fazendo com que fragmentos da história, que até então, estava enterrada, comecem a ser revelados e permitir que saibamos como era o mundo há algumas eras atrás.

Recentemente um rinoceronte foi encontrado na Sibéria, uma das regiões mais geladas da Rússia, mostrando que ainda existem animais cuja carcaça está enterrada naquele local. Porém, o que surpreende é o fato de estar com uma conservação muito acima do esperado para o tempo que possui.

A descoberta feira pelos cientistas foi próxima a um rio da região de Yakutia, onde podem ser vistos todos os membros do corpo ligados ao animal, alguns órgãos internos, a presa característica deste tipo de animal, e até mesmo lã que servia para aquecer o couro do animal nos dias frios.

De acordo com eles, o animal achado é o rinoceronte-lanudo, que viveu próximo ao final do período Pleistoceno, que terminou há 11.700 anos, mostrando que as mudanças climáticas da Sibéria, bem como todo o tempo desde que ele viveu não foram suficientes para que a decomposição fosse finalizada, como muitas espécies que se perderam nas eras.

“Encontramos tecidos moles no dorso da carcaça, possivelmente genitais e parte do intestino. Isso nos permitirá reconstruir o paleoambiente daquele período”, explicou a pesquisadora da Academia Russa de Ciências, Valerii Plotnikov

O fato deste ser o exemplar desse rinoceronte mais conservado da Era do Gelo faz com que seja possível estudar ainda mais a fundo alguns elementos daquele período da história humana, como alimentação, estrutura óssea dos animais e até mesmo como era feita a caça, já que foram encontrados desgastes na protuberância óssea, que indicam uma escavação constante em busca de comida.