A Bill and Melinda Gates Foundation já investiu na distribuição de um novo medicamento contra o coronavírus para países pobres em outubro e agora mais um projeto ambicioso está dando mais um importante passo: a TerraPower, que é uma empresa de energia nuclear financiada pela fundação e já escolheu onde ficará o seu primeiro reator.

O primeiro reator da TerraPower será construído na cidade de Kemmerer, em Wyoming nos EUA, onde atualmente existe a Usina Naughton movida a carvão. É esperado que a usina da TerraPower gere empregos para 80% da população da cidade que tem cerca de 2,5 mil habitantes.

A usina será construída pela Bechtel e terá participação da GE Hitachi nas suas operações com um reator com um novo design mais seguro e menos poluente chamado Natrium Power, em referência ao elemento químico Sódio (Na), que é utilizado em forma líquida para dissipar o calor. A vantagem é que neste caso ele não entra em ebulição mesmo quando operado a 300º C.

Embora o projeto seja interessante, o sódio pode explodir se entrar em contato com água e ar nesta temperatura. Além disso, poucos países testaram este método, que já é pesquisado desde 1950.

Outro diferencial dessa usina é a possibilidade de operar de forma dinâmica, armazenando a energia não utilizada em forma de sal derretido. A sua potência oficial é de 345 megawatts, mas ela poderá atingir até 500 MW em potência máxima, o suficiente para abastecer 400 mil residências.

A usina da TerraPower ainda tem políticas que visam o reaproveitamento de materiais utilizados nela, reduzindo assim o seu custo de manutenção, que no caso de uma usina nuclear pode chegar a bilhões de dólares em alguns anos. Dessa forma, ela pode se tornar um exemplo do setor para estimular a adoção deste tipo de energia em mais locais.

Inicialmente a TerraPower contará com um auxílio do Departamento de Energia dos Estados Unidos no valor de US$ 180 milhões, que pode chegar a casa dos bilhões nos próximos anos. É esperado que a usina seja construída em 2028 e o custo total seja de US$ 4 bilhões, podendo operar por até 60 anos, segundo Chris Levesque, CEO da TerraPower.