Tech 08 Dez
Na última terça-feira (14), durante a conferência de imprensa do encontro de outono da União Geofísica Americana (AGU) realizada em Nova Orleans, nos Estados Unidos, foi revelado um evento histórico para a ciência: a primeira vez que uma nave terrestre consegue alcançar a superfície do Sol. A NASA tinha esse objetivo há mais de seis décadas e a sonda foi enviada há três anos.
No início desse mês, a agência espacial anunciou mais 10 astronautas que poderão ir à Lua no futuro por meio da Geração Artemis.
O estudo publicado na revista científica Physical Review Letters mostra que a Sonda Solar Parker entrou na atmosfera do Sol, chamada de coroa, no dia 28 de abril desse ano, às 5h33min no horário de Brasília, e passou cinco horas ali na coleta de dados que permitirão que os cientistas façam observações diretas sobre a estrela que antes eram apenas teorias.
Assim como o pouso na Lua permitiu que os cientistas entendessem como ela era formada, “tocar” o Sol é fundamental para descobrir informações críticas sobre a nossa estrela mais próxima e como ela influencia o sistema solar.
Thomas Zurbuchen, um dos responsáveis pela missão espacial, reforça que o feito é monumental para a ciência solar e ficará marcado para sempre. Ele ainda diz que não será importante apenas para entender a evolução do Sol e seu impacto em nosso sistema solar, mas também permitirá que haja uma melhor compreensão sobre as estrelas no resto do universo.
Outras naves conseguiram chegar perto antes, mas nenhuma como a Parker conseguiu chegar tão perto para entender certos fenômenos, como o vento solar, um fluxo de partículas emitido pelo Sol, que pode influenciar diretamente à Terra.
Entrar na atmosfera não foi fácil: a sonda precisou ultrapassar o ponto de inserção entre o fim da atmosfera do Sol e o começo do vento solar, que os cientistas chamam de superfície crítica de Alfvén. Sua força é tão grande que ela consegue empurrar o campo magnético da estrela ao longo do sistema solar, chegando até ao nosso planeta e além.
O ponto exato não era conhecido pelos cientistas, que precisaram fazer estimativas por imagens. Eles acreditavam que o local estaria entre 7 a 14 milhões de quilômetros de distância da superfície do Sol. Parker conseguiu alcançar o feito em seu oitavo sobrevoo a 13 milhões de quilômetros, encontrando as condições perfeitas. O estudo pode ser lido aqui.
Em novembro, a NASA anunciou duas novas missões espaciais para 2030 com objetivo de estudar o planeta Vênus.
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