Superficialmente inofensivos, pen drives já causaram grandes estragos, sobretudo ao carregar malwares que afetam grandes instalações, como usinas nucleares e de energia e podendo afetar computadores conectados a uma determinada rede.

Mas, um caso recente no Equador mostrou um outro tipo de perigo, físico, quando um desses acessórios USB explodiu quando um jornalista do país o concetou a um PC.

O pen drive havia sido enviado por correio sem as devidas identificações para cinco profissionais. Todos foram projetados para explodir, mas só um o fez, o enviado a Lenin Artieda, da televisão Ecuavisa. De acordo com a agência AFP, o jornalista sofreu ferimentos leves nas mãos e no rosto, e ninguém mais foi ferido.

O pen drive tinha uma carga explosiva de 5 volts, e a polícia acredita que tenha sido usado o explosivo RDX, que pode ser usado sozinho como carga base para detonadores ou misturado a outros explosivos, como o TNT.

Nem todas as cápsulas de explosivos foram ativadas, talvez devido à pouca energia transmitida ao pen drive, o que tornou a explosão menor do que a esperada. Os outros jornalistas que conectaram os pen drives, por razões diferentes, acabaram não ativando os explosivos.

O ministro do Interior do Equador, Juan Zapata, confirmou que todos os cinco casos usaram o mesmo tipo de dispositivo USB e disse que os incidentes enviam uma mensagem clara para silenciar os jornalistas.

Em comunicado citado pela BBC, o governo equatoriano disse: "Qualquer tentativa de intimidar o jornalismo e a liberdade de expressão é uma ação repugnante que deve ser punida com todo o rigor da justiça".

Ainda não há uma conclusão sobre a motivação do ataque, mas alguns dos pen drives enviados traziam ou ameaças, ou se passavam por fontes que dariam informações exclusivas oara desmascarar o movimento do correísmo, movimento político equatoriano nomeado após o ex-presidente Rafael Correa, que foi presidente do Equador de 2007 até 2017.