Na última semana, o bilionário sul-africano Elon Musk atingiu um novo marco como o homem mais rico do mundo. Ele se tornou a primeira pessoa a alcançar uma fortuna de US$ 400 bilhões – mais especificamente, ele chegou a US$ 440 bilhões, o que dá uma cifra acima de R$ 2,6 trilhões no câmbio atual.

Contudo, com o fato, foi possível ver circular novamente uma Fake News do ano passado, que envolve o plano da ONU para combater a fome no mundo e uma falsa recusa da ajuda do empresário. Para entender o que de fato ocorreu na ocasião, o Detetive TC explica os detalhes e desvenda o boato.

Com a notícia do novo marco atingido de mais de US$ 400 bilhões pela fortuna acumulada de Elon Musk, mais uma vez a desinformação que envolve a ONU passou a ser compartilhada na internet.

A Fake News aparece principalmente em comentários de usuários nas redes sociais e em notícias que abordam o recorde alcançado pelo bilionário. Veja alguns dos exemplos encontrados pelo TudoCelular nas capturas a seguir:

O boato havia circulado com força no segundo semestre de 2023, já com uma participação política crescente de Musk no cenário nacional americano e internacional. As mensagens diziam que Elon Musk havia oferecido à ONU a quantia de US$ 6 bilhões para o combate à fome, porém a entidade teria recusado a doação.

A informação enganosa ainda acrescentava que o motivo pela suposta “desistência” por parte da ONU seria uma cobrança de Musk por prestação de contas na utilização da verba, mas que a organização não teria aceitado a transparência.

A história original vem desde novembro de 2021. Na ocasião, o então diretor do Programa Mundial de Alimentos (WFP) da Organização das Nações Unidas (ONU), David Beasley, concedeu uma entrevista, na qual afirmou que uma quantia de cerca de US$ 6,6 bilhões seria necessária para ajudar 42 milhões de pessoas que morreriam em decorrência da fome.

Ao cobrar um engajamento das pessoas mais ricas do mundo pela causa, Elon Musk resolveu comentar que venderia as ações da Tesla para angariar o dinheiro, caso o WFP explicasse como US$ 6 bilhões solucionariam o problema da fome no mundo.

Em resposta ao bilionário, Beasley passou todo o plano da ONU. Ele inclui destinar US$ 3,5 bilhões para a compra e entrega de alimentos; US$ 2 bilhões em transferência direta aos necessitados, em países onde há mercados funcionais; US$ 700 milhões para a manutenção de novos programas alimentares “adaptados às condições do país”; e US$ 400 milhões para gerenciar operações, administração e responsabilidade na cadeia de suprimentos.

Além disso, diferentemente do que a Fake News afirma, não houve uma desistência por parte da ONU. O próprio Elon Musk não respondeu à fala da entidade – a qual estava disposta a se unir ao bilionário pela causa – nem chegou a se reunir diretamente com a organização.

Esse não é o único boato que engloba falsos feitos de Musk com a sua fortuna. São espalhadas pela internet outras Fake News com frequência sobre o dono do X, da Tesla e da SpaceX.

Dentre as mais recentes, uma delas inclui um suposto investimento de US$ 3 bilhões em um falso estúdio de cinema de Mel Gibson e Mark Wahlberg que seria contrário à cultura Woke. Além de a empresa não existir, a agência Reuters chegou a desmentir o boato ao descobrir que a origem dessa desinformação vem de um site satírico.

Outra Fake News das últimas semanas mexe com uma das maiores paixões nacionais, o futebol, ao anunciar erroneamente que Musk estaria interessado em comprar o Santos Futebol Clube por R$ 28 bilhões. As cifras tanto não são compatíveis com o que se vê em outras compras de clubes nacionais, como nunca houve qualquer informação sobre interesse do bilionário em investir no esporte brasileiro.

Mais compras também figuram em boatos pela internet, especialmente desde a eleição de Donald Trump – apoiado por Musk – nos Estados Unidos. As mensagens enganosas de que Elon teria comprado a CNN e a Ford estão nessa lista.

Você também voltou a ver a Fake News sobre Elon Musk e o plano de combate à fome da ONU? Relate para a gente no espaço abaixo.