O Brasil é conhecido por figurar de maneira recorrente na lista dos países onde há mais ataques de hackers no mundo, e o ano de 2016 parece confirmar essa posição. Segundo um relatório recente, encomendado pela IBM, os últimos 12 meses registraram nada menos que 85.400 casos de roubos de dados em empresas locais.

Comparativamente, no ano anterior o número registrado havia sido de apenas 3.900, o que representa um aumento impressionante de 2.900% na quantidade de casos de roubo de e-mails, senhas e outros dados digitais. Ainda de acordo com o estudo, erros humanos estão entre as principais causas de vazamento de informações.

O relatório divulgado pelo Instituto Ponemon, a pedido da IBM, mostra que cerca de 30% dos casos de roubo de dados ocorreram por falta de perícia de um funcionário da empresa estudada. É uma característica comum de ataques cibernéticos, que usualmente lançam mão de engenharia social para atrair vítimas.

Dos mais de 85 mil casos de roubo de informações sigilosas, outros 30% teriam acontecido em empresas brasileiras que não aplicam segurança profunda de dados, deixando suas redes vulneráveis a ataques. É algo que facilita, portanto, a causa da maioria dos registros de assalto virtual: 40% ocorreram por via maliciosa, como infecção por malware.

O custo do vazamento de dados

O relatório, além de traçar um panorama de casos de roubo de dados registrados, também busca levantar uma estimativa de perda de custo do que foi roubado, independentemente do tipo de dado. Segundo o estudo, o preço pago para proteger empresas vulneráveis aumentou R$ 900 mil por empresa anualmente desde 2015.

O resultado deixa o Brasil no topo do ranking negativo de roubo de dados, à frente de África do Sul, França e Índia.