Android 13 Jun
Embora as novas versões do Android tragam boas novidades, recursos de sistema que facilitam um pouco o uso no dia a dia, um ajuste ou dois na tela inicial e gaveta de apps, a verdade é que, de modo geral, os usuários não precisam tanto assim obter uma atualização. Claro, os mais entusiasmados com as novidades querem testar o quanto antes, mas no uso diário pouca coisa realmente muda. Isso porque tudo o que fazemos no Android - usar aplicativos - não vai mudar tão cedo.
Estes serviços não tem por hábito usar qualquer um dos novos recursos de desenvolvedor disponíveis, ao menos por um tempo. E não podemos culpar os desenvolvedores que fazem os aplicativos, porque isso é devido a um velho problema bastante conhecido pelos usuários do sistema operacional do robozinho verde - a fragmentação.
Isso significa que enquanto os dispositivos não estejam recebendo atualizações rápidas, a plataforma Android de modo geral e a Play Store está sendo prejudicada. Basta comparar com os novos recursos que o iOS recebe em suas novas versões: não demora muito até que os principais apps os incorporem para melhorar a experiência do usuário, pois as atualizações são rápidas e atingem grande parte dos aparelhos.
O site Android Central aponta em um artigo que a maioria dos usuários quer mudanças que possam ser percebidas visualmente e através de sua experiência de uso. Por exemplo, conforme avalia o relatório do site, é muito mais notável o desejo de donos do Note 5 pela nova interface do Note 7, do que o número de pessoas animadas com o Scoped Directory Access no Android 7.0 (por mais que isso torne as aplicações mais seguras e execute melhor).
Basta conferir os números relativos à distribuição das versões do Android entre usuários. Para as desenvolvedoras de aplicações, enquanto menos de 20 ou 30 por cento dos clientes em potencial seriam capazes de aproveitar qualquer novidade do sistema, é uma ideia muito melhor construir os apps para os outros mais de 70% do mercado. A melhor escolha é fazer mudanças quando o ciclo de atualizações se repetir.
Pensando no Android como uma plataforma cujo único objetivo é rodar aplicativos, a falta de suporte resulta em limitação para os desenvolvedores. Este modo de avaliar as coisas mostra que, ao menos em termos de inovação para os aplicativos, o problema da fragmentação são na verdade os os dispositivos com a versão mais recente - e não o contrário.
O raciocínio é que se escolhe trabalhar com a maioria dos usuários e ignorar o que é pouco acessível. Smartphones com o software mais recente ainda terão a mesma experiência dentro dos aplicativos que todos os outros.
Já há algum tempo o Google tem buscado meios de pressionar as fabricantes de dispositivos a fornecer atualizações mais rápidas. E isso é importante não apenas para a segurança, mas também porque todos querem ter aplicativos com os melhores recursos.
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