O mercado de smarpthones intermediários foi muito disputado em 2016, fazendo com que as fabricantes estimulassem o uso de novas tecnologias para atrair os consumidores. Neste nosso novo comparativo, temos em mãos o Moto Z Play e o Galaxy A7 2016, dois aparelhos que são bem parecidos em alguns aspectos visuais, porém trazem inúmeras diferenças quando retratamos os recursos, hardware e afins.

De um lado, temos o celular da Lenovo que custa R$ 2.199, e do outro o da Samsung, custando R$ 2.299. A diferença de preço entre eles é bem pouca, de apenas R$ 100, e neste comparativo nós colocamos estes dois caras lado-a-lado para vermos como eles se saem em diferentes situações e tipos de uso.

Tanto o Moto Z Play quanto o A7 2016 são celulares muito bonitos e trazem um visual bastante elegante; algo próximo, talvez, do que temos em aparelhos topo de linha. Os dois são construídos com vidro Gorilla Glass 4 também na parte traseira, resumindo tudo a um aspecto uniboby com laterais feitas em metal. Além disso, os dois aparelhos contam com os cantos e bordas levemente arredondadas, facilitando e muito na pegada.

Temos um corpo de 156.4 x 76.4 x 7 mm (165 gramas) no Moto Z Play contra um de 151.5 x 74.1 x 7.3 mm (172 gramas) do A7 2016. Os dois, de fato, não são celulares tão pequenos de serem segurados e eles podem escorregar com facilidade.

O principal ponto que diferencia eles no quesito construção é que o Moto Z Play carrega nanorrevestimento resistente à respingos d’água. O que isso quer dizer? Na prática, basicamente, ele sobreviverá se estiver no seu bolso durante uma chuva forte, mas não pense que afogá-lo por aí não trará nenhum dano. O A7 2016, por sua vez, não conta com nenhum recurso do tipo.

Na lateral esquerda, somente o Galaxy A7 2016 carrega botões para controle de volume, enquanto que os do Moto Z Play estão na direita, bem como o botão de ligar/desligar deles. Por aqui nós ainda temos um slot híbrido no Galaxy A7 2016, enquanto que o do Moto Z Play fica lá no topo e não é híbrido, ou seja, ele conta com slots dedicados para dois chips de operadora e para o microSD.

Ainda no topo, encontramos as litras para as antenas e microfones auxiliares nos dois. Na parte inferior, encontramos a porta microUSB 2.0 do A7 2016 e a Tipo-C do Z Play; ainda temos o microfone principal no celular da Samsung e os seus alto-falantes – o microfone principal do celular da Lenovo fica ao lado do leitor biométrico. Por aqui, encontramos os conectores para fones de ouvido nos dois celulares, porém em lados diferentes.

Os dois carregam leitores biométricos na parte frontal: o da Samsung segue o padrão de ser utilizado no botão iniciar, onde você precisa pressioná-lo para que a leitura seja feita. No Moto Z Play, porém, a leitura é feita assim que você encosta o seu dedo no sensor, que aparenta ser um botão, mas não é. Vale citar, também, que os botões capacitivos do A7 2016 são retroiluminados.

Na parte frontal deles, encontramos os tradicionais sensores de luz, proximidade e câmera, que no Moto Z Play ainda conta com um flash LED.

Mas voltando rapidamente à parte traseira, temos os conectores dos Moto Snaps no Moto Z Play, que ficam à mostra se você não utilizar uma capinha Style Shell. Além dos logos das marcas, as câmeras ficam protuberantes na parte superior, embora no celular da Lenovo isto seja muito mais aparente que no da Samsung.

Chegando nas telas, ambos contam com painéis Super AMOLED de 5,5 polegadas com resolução Full HD (1080 x 1920 pixels), embora o da Samsung ocupe um espaço bem mais considerável do corpo frontal do que o da Lenovo. A parte boa desse comparativo é que as telas utilizam tecnologias similares, fazendo com que o resultado dos dois seja muito aproximado.

Nos dois, a reprodução de cores é muito bacana e o nível de contraste também não é de se reclamar. Os aparelhos conseguem manter os tons com mais fidelidade, fazendo com que não sejam necesários tantos ajutes adicionais. No da Samsung, você ainda pode ativar o modo adaptável, que calibra melhor as cores. Mas, de qualquer maneira, é basicamente um empate em termos de qualidade de exibição para os dois.

Se no visual os dois se parecem um pouco, é quando chegamos no hardware que vemos as principais diferenças entre esses dois caras.

Agora que falamos sobre as especificações de cada um, devemos ser diretos neste ponto: o Moto Z Play é um concorrente mais forte do que o Galaxy A7 2016 e os principais motivos ficam bem claros. O dispositivo da Lenovo conta com o dobro de memória interna traz ainda uma versão mais limpa do Android 6.0.1 Marshmallow, rodando o Google Now Launcher no lugar de alguma interface mais pesada como a TouchWiz.

E, claro, não estamos citando que a TouchWiz seja pesada. O A7 2016 foi recentemente atualizado para o Marshmallow e tudo funciona normalmente, sem travamentos. Os dois celulares são muito funcionais e ágeis no dia-a-dia, fazendo com que as atividades mais corriqueiras sejam executadas sem problemas.

O diferencial, no entanto, é que o Moto Z Play consegue aguentar mais um uso pesado. O dispositivo da Lenovo, por exemplo, consegue uma média de 60 mil pontos no AnTuTu, enquanto que o A7 2016 fica 20 mil pontos abaixo disto.

Em jogos, o Moto Z Play também se sai muito melhor reproduzindo títulos pesados com gráficos melhores que no Galaxy A7 2016. Isto é, você ainda pode encontrar travamentos em alguns games no Z Play, porém eles são muito menos frequentes do que no A7, o que pode ser considerado um ponto um tanto quanto negativo.

Vale citar, inclusive, que os dois possuem tecnologia NFC, fazendo com que o modelo da sul-coreana também seja compatível com o serviço de pagamentos móveis Samsung Pay.

No lado da Lenovo, temos uma bateria de 3.510 mAh, e no da Samsung uma de 3.300 mAh. São números bem aproximados, mas definitivamente os resultados não são nada parecidos entre eles. Enquanto que o primeiro cumpre uma autonomia prolongada, o segundo fica apenas no primeiro dia em uso, o que chega a ser comum.

Acontece que no Moto Z Play nós temos a possibilidade de passar dois dias com ele em uso moderado e sem apelar tanto para as redes móveis e jogos que consomem muitra carga. Com uso um pouco mais intenso, ainda é possível chegarmos a um dia e meio. No lado do A7, o aparelho pode se manter ativo por um dia inteiro em uso, mas sua autonomia também depende de alguns fatores, tais como abdicar, também, de alguns apps.

E é aqui que o software da Samsung faz um bom trabalho. Os modos de economia de energia do Galaxy A7 2016 são mais eficientes do que os do Z Play, fazendo com que você utilize apenas o que de fato é necessário, alterando o que é exibido na tela para uma escala de cinza para poupar mais energia.

Tirando o ponto dos modos de economia de energia, no entanto, o Moto Z Play de fato leva a melhor neste tópico.

No Moto Z Play, temos uma câmera de 16 MP (f/2.0) com foco automatico a laser, por detecção de fase (PDAF) e flash dual tone. O dispositivo conta com recursos de câmera mais ambiciosos, permitindo que você faça ajustes manuais no ISO, balanço de branco, velocidade do obturador e mais.

Já no Galaxy A7 (2016), o sensor é de 13 MP com abertura f/1.9. O aparelho da Samsung conta com OIS e flash LED único. No “Modo Pro”, que supostamente seria o manual, temos poucas opções de ajustes, mas é possível configurar o balanço de branco, ISO e temperatura das cores. A Samsung também inclui alguns modos pré-programados e você pode baixar outros na loja da empresa.

Em nosso comparativo de câmeras com esses dois modelos e mais alguns outros concorrentes, os leitores do TudoCelular escolheram o Moto Z Play como o grande vencedor, enquanto que o Galaxy A7 2016 ficou com o último lugar. E, de fato, apesar dos dois contarem com um certo tratamento no pós-processamento, algo comum, o modelo da Lenovo captura imagens com qualidade superior.

Ordem das fotos da esquerda para a direita: Moto Z Play; Galaxy A7 2016.

As cores são bem mais vibrantes no Moto Z Play, que também não perde muitos detalhes após a captura das imagens. O A7, porém, fica na frente quando temos partes mais brancas num cenário, onde o celular da Lenovo peca e acaba estourando demais os tons mais claros.

Em cenários noturnos, porém, uma certa decepção em ambos: a quantidade de ruído/granulado é alta e algumas imagens acabam não ficando nada legais.

Na parte frontal, os dois trazem câmeras de 5 megapixels, porém com abertura f/1.9 no A7 2016 e 2.2 no Z Play. E além de possuir ângulo de captura maior, o celular da Lenovo também consegue capturar imagens mais nítidas e com mais detalhes do que as feitas pelo da Samsung. Ele também é o único dos dois que carrega um flash frontal.

Apesar da chegada do Galaxy A7 2017, o modelo lançado no ano passado, pelo menos até a data de publicação desta matéria, segue custando R$ 2.299 nos canais oficiais da Samsung, valor que deve ser reduzido posteriormente. No Moto Z Play, o aparelho carrega na caixa uma Moto Stylle Shell por R$ 2.199, além de trazer recursos mais atraentes.

No lado da Lenovo, encontramos um hardware mais potente, câmeras com maior qualidade, porta USB Tipo-C, nanorrevestimento resistente à respingos d’água e bateria que dura muito mais. Deixando a parte estética de lado, visto que ambos são celulares bem bonitos, temos um dispositivo que tem mais chance de sobreviver aos próximos anos no mercado sem perder tanto o seu valor.

No Galaxy A7 2016, encontramos um aparelho que é bastante sólido e preparado para um uso satisfatório com usuários não muito exigentes, visto que o seu gerenciamento de hardware não é tão eficiente quanto o do Z Play. Além disso, esperamos que o sucessor deste modelo possa suprir os pontos em que ele acaba pecando, sendo esta uma compra não muito vantajosa.

• O Motorola Moto Z Play ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.
• O Samsung Galaxy A7 2016 ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.