22 Setembro 2014
A Apple lançou os iPhones 6 e 6 Plus hoje, na primeira leva de países ao redor do mundo (que não inclui o Brasil). Os aparelhos chegaram com tela maior, mais finos e com melhorias nas câmeras, junto do iOS 8 e todas as novidades que estão presentes no mais recente sistema operacional móvel da empresa. Juntando os dois produtos, notamos que a Apple não mirou na felicidade apenas de quem já tem um iPhone e quer trocar de aparelho. Ela deixou claro que estava atrasada e quer recuperar o mercado que perdeu para o Android.
Telefones de 4,7 e 5,5 polegadas já existem no Android há mais de dois anos. A linha Galaxy Note foi lançada como percursora dos phablets (dispositivos com mais de 5 polegadas) e o mercado aceitou muito bem - ou engoliu empurrando com a mão. Por outro lado, a Apple continuou em seu discurso de que ninguém compraria um smartphone tão grande assim. Ela errou.
Claro que a Apple já errou mais de uma vez, principalmente quando resolveu lançar o primeiro iPad (na época em que os Palms dominavam o mercado e a empresa da maçã criou o Newton) e quando queria entrar no mercado de jogos com seu próprio console. O erro mais recente ficou claro quando Steve Jobs saiu do comando (por forças superiores) e abriu espaço para mais aventuras da empresa. O iPhone 6 e o iPhone 6 Plus são resultado desta mudança e da percepção de que a marca estava caminhando para um nicho cada vez menor.
Muitos usuários deixaram a Apple por conta do tamanho de tela, por limitações do iOS, por bateria e até por conta da qualidade da câmera traseira, que não melhorava há anos. A Apple perdeu e, como qualquer empresa, precisa virar o jogo e voltar a ganhar (leia: lucrar mais). A tela maior dos novos aparelhos encaixa no mercado de quem quer um celular maior e de quem curte um phablet, onde apenas o Android consegue suprir com maestria. O NFC é uma tática de mercado para mostrar que a marca não está tão atrasada (por mais limitado que seja seu uso), junto do iOS 8 e a possibilidade de conversa entre apps, de instalar teclados terceiros e a forma de integração (ainda, neste nível, exclusiva da Apple) entre os computadores, tablets e o smartphone - com o Handoff e Continuidade, que permite atender uma chamada do iPhone no iPad ou no Mac OS, responder mensagens e continuar documentos em outra tela.
Tudo isso estava presente no Android e chamou atenção de muitos amantes da Apple, que deixaram o iPhone na gaveta (ou com outros donos) e entraram de cabeça no Google. Este é o alvo da marca de Cupertino. É recuperar estes usuários e abocanhar outros que já estavam no Android e não querem atualizações que levam tempo para chegar, ou uma interface pesada (como a TouchWiz) que tira parte do desempenho só para ela. Fazer o modelo de 64 GB ficar com o preço do de 32 GB também ajuda, já que os iPhones, iPads e iPods Touch não podem expandir a memória.
Em outras palavras: a Apple olhou para o Android, pegou o melhor dele e colocou no iPhone. Você, usuário de Android, entraria no iPhone desta vez? Vale lembrar que o preço de lançamento de um iPhone é muito próximo de qualquer high-end de marca grande do Android, como o Galaxy S5 e LG G3. Sendo assim, o custo fica igual e apenas recursos mudam. E ai, você troca?
- O Apple iPhone 6 Plus ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.
- O Apple iPhone 6 ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.
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