16 Dezembro 2014
As revelações de Edward Snowden sobre a espionagem digital realizada pelos EUA mudou a história da Internet. Desde então, descobrimos que nenhum acesso, nenhum dispositivo está longe dos dedos curiosos do Tio Sam e a sua Agência de Segurança Nacional (NSA, da sigla do original em inglês).
Agora, uma espécie de paranoia tem se espalhado em qualquer terminal com acesso à internet. Para tentar reverter a situação, companhias como a Apple e a Google tiveram que trazer para seus sistemas móveis novas medidas de segurança. Entre as principais ações, está a criptografia de dados que praticamente impede que autoridades do governo metam o nariz onde não foram chamadas.
No caso da Apple, o resultado desse investimento no iOS 8 parece ter sido bem positivo. Recentemente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou à Apple para auxiliar em uma investigação criminal. A ajuda seria para romper a criptografia presente em iPhone 5S envolvido no caso.
A Apple, obviamente, negou o pedido. E não foi apenas para proteger o seu cliente, sim por conta de um impedimento técnico. A encriptação de dados presente no novo iOS impede totalmente a invasão de um terceiro. Nem mesmo a própria Maçã consegue capturar os dados do cliente sem permissão desse usuário.
A polícia até que tentou uma manobra jurídica, invocando uma lei do século XIII. Segundo esse decreto, o governo pode exigir que uma pessoa física ou jurídica realize uma determinada ação em prol da uma investigação. A ação, neste caso, é penetrar no iOS e entregar a informação às autoridades.
Uma lei tão antiga assim, obviamente, não pode ter sobrevivido às últimas revoluções culturais e tecnológicas. A Apple pode até acatar a ordem de invadir o iOS e entregar as informações armazenadas neste iPhone 5S. Acontece que, até chegar a esse estágio, há muitos passos. Logo, a polícia iria ter que emitir uma ordem judicial para cada estágio. E, obviamente, dificilmente algum juiz iria assinar diversas ordens apenas para um caso.