Cientistas acreditam ter a fórmula para criar baterias mais potentes e duradouras, ao mesmo tempo sem agredir o meio ambiente. A ideia dos pesquisadores da Universidade de Wageningen, na Holanda, é dispensar o lítio, material usado atualmente em larga escala no mundo todo, e adotar baterias bioeletroquímicas, que usam bactérias para gerar energia.

A principal vantagem de usar organismos vivos em baterias é o descarte simplificado, já que baterias biodegradáveis são decompostas naturalmente pelo ambiente, ao contrário do lítio, altamente tóxico para a natureza. Porém, o desafio é tornar esse tipo bateria eficiente o bastante para equipar celulares modernos, que consomem muita energia com telas de alta resolução e processadores potentes.

Como funciona

A invenção dos cientistas holandeses funcionaria basicamente como qualquer bateria, que têm um ânodo e um cátodo, ou seja, dois núcleos de um funcionamento. Em um deles, as bactérias seriam estimuladas com ferro para produzir o íon negativo acetato, que seria transferido para o outro pólo como alimento para mais bactérias. Essas, por sua vez, gerariam energia transformada em eletricidade pela bateria, liberando CO2 como resíduo.

Uma novidade bem-vinda desse funcionamento seria uma durabilidade estendida. Como bactérias se multiplicam de forma independente, uma bateria de composição bioquímica ofereceria vida útil muito maior do que os modelos de lítio que equipam a totalidade dos celulares vendidos no mundo - ou seja, nada de perder capacidade após ciclos limitados de carga. Além disso, os componentes necessários para criar as baterias teria preço reduzido, gerando economia para o consumidor.

Por enquanto, baterias do tipo ainda precisam ser recarregadas por 16 horas para gerarem 8 horas de carga contínua, muito aquém da necessidade de consumo de donos de smartphones. Mas, a expectativa é que esse rendimento seja superado em médio prazo, criando reais alternativas para comercialização da tecnologia.