Uma das suas principais promessas de campanha do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era a criação de empregos para os norte-americanos através das companhias daquele país que optam por abrir fábricas em outras localidades em que a produção é mais em conta. É o caso da Apple na Ásia, por exemplo.

E parece que o plano do republicano, que deve assumir nos próximos dias, está dando certo. A Ford acaba de anunciar o cancelamento da construção de uma fábrica de US$ 1,6 bilhão no México. Parte do dinheiro, estimado em US$ 700 milhões, será usado na ampliação de sua planta já existente em Flat Rock, nos arredores da "falida" Detroit, em Michigan.

Informam as agências internacionais que o anúncio da montadora norte-americana foi feito poucas horas após de Trump ter ameaçado aumentar os impostos de importação sobre os carros produzidos pela GM no México. A Fox News relata que o CEO da Ford, Mark Fields, acredita que as políticas do futuro presidente podem impactar na distribuição do investimento da montadora. O executivo disse o seguinte:

Nós acreditamos que reformas fiscais e regulatórias são necessárias para impulsionar a competitividade dos Estados Unidos.

Com a ampliação, a fábrica será capaz de produzir carros com a mais alta tecnologia, incluindo os modelos Mustang e Lincoln Continental.

Donald Trump sonha em que a Apple produza os seus dispositivos no seu país de origem e, assim, gere mais empregos e investimentos locais. O bilionário até mesmo se reuniu com representantes de um banco japonês para tratar de um empréstimo que seria capaz de abrir uma nova planta (ou ampliar as existentes) da Foxconn no território yankee. O político tem uma carta na manga: ele já deu indícios de que pode criar uma taxa de importação de 45% sobre o preço dos eletrônicos para incentivar ("forçar" talvez seja a palavra mais adequada) o pessoal da Apple queira produzir nos EUA.

CEO da Maçã, Tim Cook já deu a entender que pretende colaborar com as ideias do futuro chefe da Casa Branca. O executivo se reuniu com Trump no fim de dezembro e contou aos seus subordinados que considera essencial o diálogo e estar a par das importantes decisões comerciais e fiscais do governo.