O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, quer que as fabricantes de smartphones mudem suas cadeias de produção inteiramente para o solo americano, a fim de, como ele mesmo acredita, gerar empregos nos EUA e girar a economia do país.

O CEO da Maçã, Tim Cook, ligou para Trump logo depois da vitória deste nas urnas ter se confirmado, e não foi para parabenizá-lo. Algumas semanas depois, o chefe da Apple se encontrou com o presidente eleito, em reunião cujo assunto não foi divulgado.

A preocupação do CEO da Apple com o futuro da cadeia de produção de seus produtos é compreensível. A Foxconn já está estudando a possibilidade de preparar uma estrutura em solo americano. Mas o mesmo não se pode dizer de outras companhias envolvidas na fabricação de iPhones, iPads, Macs e outros dispositivos com o logo da Maçã.

De acordo com reportagem do site em língua chinesa qq, replicada pelo site AppleInsider, a fornecedora de vidros Lens Technologies já declarou que não consegue enxergar benefícios em uma mudança total para os Estados Unidos.

A Lens cita os altos salários dos trabalhadores e relutância quanto à força de trabalho americana em aceitar escalas de trabalho variáveis dependendo da demanda dos produtos. Como fatores positivos citados pela Lens estão os custos baixos de energia e propriedade.

Outro fornecedor, cujo nome não foi divulgado, reclama que há toda uma cadeira produtiva na China que não existe nos EUA. “Um pedido envolvendo a moldagem de componentes metálicos demora 10 dias em Shenzhen, mas poderia demorar um mês nos Estados Unidos”.

Ainda não está claro em quanto os produtos produzidos fora dos Estados Unidos serão taxados, mas a imprensa internacional fala em 35%. Outras publicações trabalham com 45%. Seja como for, segundo Cook em uma entrevista de dezembro de 2015, manter as fábricas fora dos EUA ainda compensa:

Mesmo que Trump cobre uma tarifa de 45%, ainda é possível que os fabricantes resolvam manter a produção no exterior, já que os custos somados às tarifas são mais baixos que o necessário para construir a estrutura e rodar as máquinas nos EUA.