A bateria certamente ainda é um dos quesitos mais especulados na hora de escolher um novo eletrônico, levando em conta não apenas a importância do componente que vai alimentar seu dispositivo no decorrer da vida, como também a qualidade do mesmo em prol de segurança do proprietário.

Foi pensando justamente neste cenário e após todos os tristes incidentes com baterias explosivas ao longo dos últimos meses, que um grupo de pesquisadores da Universidade norte-americana de Maryland encontrou uma promissora alternativa visando o fim das explosões em eletrônicos: a nova bateria à base de água.

O relatório foi divulgado neste início de setembro através do jornal cientifico Joule, esclarecendo como tal tecnologia funciona.

Atualmente, os celulares que carregamos em nossos bolsos no dia a dia são alimentados por baterias de íons-lítio, que por sua vez contêm eletrólitos que auxiliam no transporte de íons entre os eletrodos. Uma vez que estes condutores elétricos são feitos a partir de produtos químicos orgânicos, eles podem entrar em combustão facilmente em algumas circunstâncias.

Seguindo por um novo caminho nesta ação, os cientistas desenvolveram então os eletrólitos à base de água (que em sua essência repele o fogo), e como a água por sua vez não é muito reativa na natureza, tais módulos não contam com um grande poder destrutivo.

Ao invés de utilizarem íons de lítio na condução elétrica, o time de pesquisadores liderado pelo engenheiro Chunsheng Wang em Maryland criaram uma bateria fundamentada na água, que toma o lugar dos tradicionais compostos químicos orgânicos. Os eletrodos desta nova bateria contêm um revestimento que não se degrada quando entra em contato com o eletrólito à base de água.

Essa tecnologia recém-desenvolvida apresentou resultados mais positivos do que os módulos à base de água testados no passado. Contudo, ainda existe uma grande questão associada ao novo tipo de bateria: este módulo só pode funcionar por cerca de 70 ciclos de carga.

Como os celulares precisam de baterias com cerca de 500 ciclos, os pesquisadores estão estudando agora como podem resolver este obstáculo para que esta tecnologia seja implementada nos dispositivos comerciais.

Uma vez que este obstáculo for superado, tudo indica que a chegada de aparelhos munidos de baterias à base de água no mercado será iminente – agora é só uma questão de tempo, engenharia e testes finais.