Pouco tempo após o governo do Reino Unido aprovar oficialmente a utilização de hardware da Huawei em suas estruturas de rede 5G com certa limitação, a marca conseguiu mais uma vitória no velho continente, sendo dessa vez junto à União Européia.

Segundo a decisão divulgada, os membros participantes do bloco econômico poderão definir de forma individualizada se a chinesa Huawei participará da ampliação de suas redes, deferindo assim um forte golpe na movimentação americana para criar dificuldade na utilização de equipamentos da empresa.

Para a União Europeia, o 5G tem papel decisivo para impulsionar o crescimento econômico, permitindo assim com que os países do bloco possam ganhar mais relevância e competir com outros países, não limitando a sua adesão ao conflito externo criado por Trump sob a alegação de que a chinesa violava a privacidade dos usuários.

Segundo Thierry Breton, chefe da indústria da Europa, a decisão não configura escolha de uma empresa mas sim de confirmar que todos os fornecedores serão bem-vindos, desde que cumpram as regras impostas pelo grupo de países.

Do outro lado, a Huawei também sinalizou ter achado razoável a decisão tomada pelo bloco, tendo descrevido as diretrizes como não tendenciosas e baseadas em fatos.

Uma declaração que pode também ter pesado na decisão foi o comunicado feito do lobby ETNO, que reúne operadoras relevantes na região como a Deutsche Telekom, Orange e Telefonica, onde aponta que ações desproporcionais poderiam afetar os investimentos das empresas, que utilizam equipamentos da Huawei.

"A tomada de decisão da Europa em 5G deve continuar sendo baseada em fatos, deve ser proporcional a ameaças e se basear em uma sólida compreensão da realidade da tecnologia" - ETNO

Adicionalmente, os governos foram aconselhados a mitigar a dependência em apenas um provedor de 5G, devendo haver avaliação de aspectos técnicos e não técnicos, o que incluiria a interferência de empreas apoiadas pelo estado. Além disso, também foi confirmada a pretenção da Comissão de reforçar a cibersegurança 5G usando ferramentas de defesa comercial contra dumping ou subsídios estrangeiros.

Dessa forma, agora fica na mão de cada país a decisão sobre como distribuirá a participação de fornecedores 5G (algo que já foi visto na liberação de ontem, com a limitação de aproximadamente 1/3 da participação do mercado para a Huawei).