Economia e mercado 28 Jul
A Oi tem recebido uma série de propostas nas últimas semanas, agora que os termos para a sua venda foram definidos. Após ter como interessados o consórcio de rivais – formado por Claro, Vivo e TIM – e a Algar Telecom, a empresa norte-americana Highline entrou no jogo com uma proposta acima do mínimo oferecido e um acordo de exclusividade.
Contudo, o projeto da companhia estrangeira se diferencia em diversos pontos das demais ofertas do momento, principalmente em relação aos objetivos futuros com a possível aquisição.
Mas o que mudaria aos clientes caso seja concretizada a compra da Oi pela Highline no futuro? O Detetive TudoCelular desta quinta-feira (30) explica toda a situação para você a seguir:
Diferente do grupo formado pelo trio de rivais ou da Algar Telecom, a Highline não pretende manter a Oi como uma provedora de serviços de telecomunicação aos consumidores finais, como ocorre atualmente.
A intenção da norte-americana é utilizar toda a infraestrutura da operadora – como antenas, frequências, cabeamento e backbones – para servir como uma “rede neutra”. E não somente com a Oi Móvel. A proposta de compra também incluiria os serviços de internet e telefonia fixa, TV por assinatura e rede de fibra óptica.
Uma rede neutra é como se chama quando a infraestrutura de uma companhia passa a ser compartilhada com duas ou mais provedoras. Essas companhias que “alugariam” o uso da rede passaria a dividir os custos com os sócios.
E qual seria a vantagem desse modelo? O aumento da concorrência. O formato possibilitaria que várias empresas utilizassem a mesma estrutura e aumentaria a competição nesse mercado.
Como consequência, poderia haver planos a preços menores e reduziria o investimento necessário para cada operadora – já que os gastos não ficariam sobre apenas uma companhia do setor.
São várias as alternativas as quais a Highline poderia escolher à base de clientes da Oi, caso consiga arrematar a operadora. Vejamos algumas das possibilidades:
Novas MVNOs
Entre os avanços no mercado de telecomunicações da atualidade, está a presença cada vez maior das chamadas “operadoras móveis virtuais” – as MVNOs –, as quais não possuem as antenas nem concessão de frequências. Elas são obrigadas a alugar toda a estrutura de outras empresas para poder fornecer os serviços aos clientes.
Um dos caminhos para a Oi, se for vendida para a Highline, será distribuir a base de clientes para essas MVNOs que possam alugar a estrutura da empresa e migrar os usuários, a depender do local atendido por cada.
Highline como operadora
Outra possibilidade é a Highline permanecer com as operações da Oi no campo do “varejo”, ou seja, o fornecimento dos serviços de telecomunicações diretamente aos seus consumidores, como já ocorre neste momento.
Para isso, ela deverá mudar a sua estratégia na aquisição da Oi. Vale lembrar que a operadora já possui uma unidade – chamada de InfraCo – destinada justamente a contratos de atacado como rede neutra, mas somente para operação em fibra óptica. O leilão dela, por outro lado, está previsto apenas para o primeiro trimestre de 2021.
A Highline poderia ampliá-la para abrigar as frequências e manter a Oi Móvel com os serviços já existentes. Esta provavelmente é a alternativa menos possível.
Manutenção da Oi
Por último, os clientes não podem descartar que a marca “Oi” seja mantida a depender do pacote adquirido pela companhia norte-americana. Vale lembrar que a operadora brasileira possui um braço de gerenciamento da base de clientes – a ClientCo –, a qual não foi incluída na lista de unidades à venda.
Na prática, os consumidores poderiam continuar com a própria Oi, a qual agora passaria a alugar a estrutura da Highline para fornecer os serviços aos usuários. Isso manteria os rendimentos dos assinantes no momento, além de receber bilhões de reais para quitar boa parcela das dívidas atuais.
Neste último cenário, os consumidores no momento não sofreriam qualquer alteração em suas linhas, visto que manteriam mesmos planos e marca.
E aí, qual é o seu palpite a respeito do futuro da Oi? Acredita que a Highline conseguirá comprar a operadora brasileira? Participe conosco!
Comentários