
Asus 27 Mai
29 de maio de 2019 37
Uma das principais características buscadas em um smartphone atualmente é a qualidade das câmeras. Aqui no TudoCelular, por exemplo, você pode ficar por dentro dos comparativos entre diversos smartphones presentes no mercado brasileiro e internacional.
Mas como saber qual é a melhor câmera dentre várias opções existentes entre os dispositivos móveis? Existem empresas especializadas que executam diversos testes no conjunto de sensores, na busca de uma resposta para a pergunta.
Entre os principais indicadores de qualidade das câmeras presentes nos smartphones, há o DxOMark. Questionada por algumas fabricantes, a companhia promove testes com os aparelhos e atribui notas para os sensores – mais recentemente, de forma separada para traseiros e frontais –, a fim de formar um ranking dos melhores existentes no mercado.
Para saber mais a respeito dos critérios utilizados na pontuação e novidades futuras dentro das análises, o TudoCelular entrevistou o vice-presidente de marketing da empresa, Nicolas Touchard, durante a nossa ida a Barcelona para a MWC 2019.
O executivo respondeu sobre a possibilidade de inclusão do modo noturno nas análises da empresa futuramente, além de negar qualquer interferência das fabricantes na pontuação dos seus celulares analisados.
Você pode conferir todos os detalhes a seguir:
Vocês pensam em incluir entre os critérios de avaliação o modo noturno? Considerando que está se tornando cada vez mais popular entre os grandes lançamentos e consegue façanhas impressionantes graças a ajuda do software.
No passado, nós fizemos o mesmo com o HDR, ou zoom e bokeh, antes que ficasse tão comum. Não necessariamente colocando uma nota. Quando isso se tornou comum, obviamente que integramos em nosso sistema de pontuação. Será o mesmo com o modo noturno. Significa que já estamos trabalhando com as ferramentas para testá-lo.
Nós já temos os métodos, os protocolos, tudo está no lugar. E quando se tornar padrão, atualizaremos nossas pontuações com a nota de modo noturno. É bem simples. Sempre trabalhamos além, com o que está chegando. Há modo noturno, grande-angular e podem existir outros recursos vindo. Preparamos as ferramentas, soluções e protocolos. Quando estão prontos, nós apenas publicamos.
Qual é exatamente o critério de avaliação (vemos que alguns reviews como o do Mi Mix 3 têm pouquíssimas fotos publicadas enquanto outros são muito mais completos) e qual a política da DxOMark para evitar que empresas burlem esses critérios para inflar pontos, seja colocando muitas câmeras ou editando o software com base no que será avaliado?
Qual é o processo de publicação? Basicamente, nós fazemos a estimativa sempre da mesma forma. Não há diferença. Quando você fala de Xiaomi, Huawei, Google, qualquer que seja. Temos um único protocolo para testar, o qual responde todas as questões. Não há distinção. Talvez haja diferenças nas páginas do site, no que se refere ao que é visto na análise. Mas são perguntas diferentes. Primeiro se trata de como nós testamos, e de novo, é sempre igual. Temos um regulamento prévio e protocolo direto. Em outras palavras, testamos cores, exposição, estabilização, vídeo, foto, bokeh, zoom, sempre o mesmo. Utilizamos aproximadamente 1.500 fotos e mais de 2 horas de vídeo para analisar. Nós tanto analisamos com software quanto com cientista de imagem, que observa a foto e pontua. E, de novo, é igual para todos. Sem discussões. Fazíamos o mesmo com câmeras e lentes antes. Agora, isso se refere à nota e ao material que divulgamos.
Em termos de publicação, devido à programação, porque algumas vezes temos apenas alguns dias para escrever a análise – em muitos casos, fazemos durante uma noite –, nós pegamos a nota e todo o material, mas não temos muito tempo. Ainda temos que publicar em inglês e em chinês – duas versões do website, talvez um dia em português, mas quando estivermos muito globalizados. Então, o conteúdo, o tamanho e as imagens que temos no website são independentes da pontuação. Publicamos a análise o mais rápido possível e, às vezes, fazemos reviews longos, outras vezes muito curtos.
Você citou o Xiaomi Mi Mix 3, talvez tenha ficado pequeno, mas foi o mesmo para o Galaxy S10 Plus quando lançamos, porque não tínhamos tempo. Nós praticamente tivemos que trabalhar em duas análises dentro de dois dias e ainda fazer a tradução. É apenas um problema de programação para publicar. Há uma questão que nós perguntamos aos clientes para confirmarem se o firmware que testamos é o mesmo que vai para os consumidores, durante os testes finais, antes de ser divulgado – ‘É este o software correto que vai aos compradores?’ –, e eles dizem ‘Sim’ – se falam ‘Não’, nós não publicamos. Há algumas outras situações nas quais vamos ao mercado, medimos, testamos e publicamos novamente, se for o caso. Na verdade, compramos todos. Fazemos o teste, certificamos que é o software correto, publicamos, mas ainda assim adquirimos os bens da loja, fazemos a checagem e, se tiver diferença, ligamos (risos). E talvez haja problemas. Mas não tivemos isso até agora. Porque eles conhecem a nossa política e são muito cuidadosos.
Por que se levou tanto tempo para publicar os testes com as câmeras frontais? E considerando que já houve mudança no ranking em um passado recente, por que não incluir essas notas em um ranking geral? (Em nossas simulações, o quadro estaria totalmente diferente do que é agora)
Boa pergunta. Primeiramente, levou um tempo para chegar o protocolo para selfie, e nós pensávamos nisso antes de colocá-lo no ar. Temos a opção de dizer que usa o mesmo protocolo, mas quando você olha a forma que essas câmeras frontais são usadas, não é igual a traseira. Câmera frontal é utilizada para selfie, groufie [selfie em grupo], chamadas de vídeo, enfim, diferentes casos. O hardware também não é o mesmo. Tipicamente, na câmera frontal, há um ou talvez dois módulos. Agora, você começa a ver [na traseira] um, dois, três, quatro ou cinco. Não são os mesmos casos, nem os usos, nem a tecnologia. Não poderíamos chegar com o mesmo protocolo. Então, precisamos definir um protocolo diferente, e isso significa diferentes pontuações. Você não pode comparar. Essa é basicamente a razão por que demorou tanto.
Obviamente, a câmera principal é mais usada, enquanto a de selfie começou como uma boa ideia e vimos muito entusiasmo para o seu uso. Falamos ‘ok, ficou comum, com boa qualidade’, o que não era o caso antes. Até então, por que se incomodar de medir a qualidade se não era boa? Mas agora está muito boa. E iniciamos isso. O processo levou, não saberia te dizer o quanto, mas foi um longo período para chegar a um novo protocolo. Não podíamos fazer isso com um estalar de dedos. Por isso foi demorado em comparação à câmera principal.
Agora, você me perguntou se nós podemos juntar? Bom, são casos e tecnologias diferentes. Por que combiná-las? Você pode querer ter uma câmera para selfies apenas. Ou pode desejar um smartphone para fotos padrões somente. São os nossos leitores quem têm a chance de fazer as suas próprias escolhas, com o que é melhor para os seus hábitos e usos.
Para saber como ficaria o ranking do DxOMark caso as notas das câmeras traseiras e frontais fossem somadas, o TudoCelular realizou uma simulação com as pontuações atualizadas.
A lista está em ordem do melhor ao pior no total, entre os 15 mais bem classificados. Na última coluna, aparece a atual classificação no ranking padrão divulgado pela entidade. Veja como ficaria a relação abaixo:
Smartphone | Câmera principal | Câmera para selfies | Total | Posição oficial | |
---|---|---|---|---|---|
1º | Samsung Galaxy S10 5G | 112 | 97 | 209 | 2º |
2º | Samsung Galaxy S10 Plus | 109 | 96 | 205 | 7º |
3º | Huawei P30 Pro | 112 | 89 | 201 | 1º |
4º | OnePlus 7 Pro | 111 | 86 | 197 | 4º |
5º | Samsung Galaxy Note 9 | 103 | 92 | 195 | 11º |
6º | Google Pixel 3 | 101 | 92 | 193 | 15º |
7º | Apple iPhone XS Max | 105 | 82 | 187 | 9º |
8º | Xiaomi Mi Mix 3 | 103 | 84 | 187 | 12º |
9º | Huawei Mate 20 Pro | 109 | 75 | 184 | 5º |
10º | Huawei P20 Pro | 109 | 72 | 181 | 6º |
11º | Samsung Galaxy S9 Plus | 99 | 81 | 180 | 16º |
12º | Google Pixel 2 | 98 | 77 | 175 | 18º |
13º | Apple iPhone X | 97 | 71 | 168 | 20º |
14º | Honor 20 Pro | 111 | - | 111 | 3º |
15º | Xiaomi Mi 9 | 107 | - | 107 | 8º |
Chegou até nós que existem duas maneiras de publicar análises no site, sendo uma “normal” onde vocês decidem o que será publicado de acordo com a consultoria realizada e outra “premium” onde a fabricante paga um valor extra para a publicação, o que acabaria gerando a discrepância que comentamos sobre umas análises maiores que as outras. Isso procede? E se sim, não acaba gerando conflito de interesses, já que a fabricante publicará apenas se a análise for de seu agrado, consequentemente enviesando a análise e a tornando mais um publieditorial?
Primeiro, não há análise “premium”, “subpremium” ou qualquer outra forma. É o mesmo. Não há diferença na maneira que fazemos o teste, a pontuação e a publicação. Na publicação e na nota, nós somos independentes, decidimos do nosso jeito e ninguém pode interferir. Quer trabalhemos com o cliente ou não, eles não mudam a forma que fazemos o nosso teste. É muito importante também entender que nossos clientes não pagam pela publicação. É grátis. Não há financiamento, nada. Em alguns casos, nós testamos o dispositivo, e o firmware não está finalizado. Não temos o definitivo quando experimentamos. Então, não podemos publicar, porque não é algo que vai para lançamento. Temos que esperar, tanto quando vem da fabricante como quando compramos o aparelho. Algumas vezes demora devido a esse problema.
O ponto aqui é que somos independentes. Nós temos muitos clientes, basicamente todas as grandes marcas, para smartphones e também em câmeras. Eu costumava trabalhar com fabricantes japoneses de câmeras por muito tempo. Trabalhamos com coreanos, taiwaneses, chineses, americanos e europeus. Também já tivemos clientes da Turquia e até da França. É um país pequeno, sem muitas marcas de smartphone, e temos consumidores lá. A chave são as atualizações de software, ou seja, às vezes demoramos porque precisamos ter o update.
O tipo de serviço que oferecemos – e obviamente nós mudamos nossos consumidores para isso – é ajudá-los a terem produtos melhores. É isso. Esse é o nosso foco. E nós os ajudamos em um estágio diferente de design. Podemos auxiliá-los muito cedo. Às vezes, temos novas empresas de tecnologia no negócio de smartphones. Dizem “gostaria de comercializar o dispositivo”, “gostaria de alcançar tal nível de qualidade”, “estou pensando em ter determinada resolução no sensor”, vários módulos, com bokeh, zoom. Ajudamos a escolher os componentes certos. E também podemos auxiliá-los em otimizar o software e o hardware, e então fazer a personalização. Podemos ajudar continuamente.
Se não formos transparentes e independentes, não acredito que duraríamos por muito tempo. Temos que nos fixar às nossas regras e, às vezes, não é fácil, porque não estão felizes com tudo. É a vida. Acho que o ciclo virtual que colocamos em prática aprimora a qualidade do smartphone, basicamente. E se você observar os avanços feitos nos últimos anos, é realmente incrível. O setor mobile emergiu em 1999. São 20 anos. E no começo, você tinha uma imagem pequena, que não dava para ver nada. Hoje, há fotos que têm praticamente a mesma qualidade obtida com DSLR. Muito progresso, e sabemos que ainda há muito a progredir.
E aí, o que você achou das declarações feitas pelo executivo do DxOMark? Não deixe de dar sua opinião no espaço abaixo!
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