Android 03 Nov
Sabe essa história de confundir o público com privado? Pois bem, ela também acontece na Coreia do Sul e envolve política, religião e grandes empresas de tecnologia.
Os promotores sul-coreanos invadiram os escritórios da Samsung Electronics, nesta segunda-feira (07/11), como parte de uma investigação sobre o escândalo político em torno da presidente Park Geun-hye. As autoridades daquele país estão investigando alegações de que a firma tecnológica tenha dado dinheiro à Choi Soon-sil, uma líder espiritual muito próxima da presidente.
Choi é acusada de usar sua amizade para interferir na política e solicitar doações de negócios – algo escandaloso, mas que nós brasileiros vimos constantemente no noticiário nacional. Atualmente, ela tem o índice de aprovação da população de 5%.
A Samsung confirmou à BBC que sua sede foi alvo de uma busca e apreensão, mas disse que preferia não fazer mais comentários a respeito. A presidente, escolhida em votação indireta em 2012, pediu desculpas por seus laços com Choi, mas enfrenta crescentes pedidos de demissão do cargo e protesto por todo o país.
O escândalo
O escândalo político vem balançando a Coreia do Sul há algumas semanas. Especificamente, os promotores estão investigando alegações de que a Samsung poderia ter fornecido US$ 3,1 milhões a uma empresa co-propriedade de Choi, a pivô do escândalo. Esse dinheiro teria sido aplicado para que a jovem pudesse fazer treinamentos equestres na Alemanha.
Choi, que foi presa em 3 de novembro e acusada de fraude e abuso de poder, é uma amiga de longa data da presidente Park Geun-hye e líder religiosa de uma seita identificada como "grupo das oito fadas". A detida é acusada de usar sua influência com a presidente para pedir doações de milhões de dólares para fundações que ela controlava para beneficio próprio. Além disso, mesmo sem cargo público ela ajudou a escolher assessores presidenciais, escreveu discursos da líder política e até escolheu as roupas da presidente.
Nos últimos dias, dezenas de milhares de sul-coreanos protestaram na capital, Seul, para exigir a demissão do presidente Park sobre a suspeita de corrupção. A presidente já pediu desculpas na TV por permitir que seu amigo de longa data acesso inadequado para a tomada de decisões do governo.
Problemas ambientais
Antes da crise política, a Samsung já enfrentava bons problemas relacionados às unidades explosivas do Galaxy Note 7. Até o momento, a empresa não sabe o que fazer com os milhões de dispositivos oriundos do recall ao redor do mundo. Há pressões de entidades internacionais, como o Greenpeace, para que a companhia divulgue o que fará com os componentes. Válido lembrar que a Samsung registrou o pior trimestre fiscal desde 2014, conforme anunciado nas últimas semanas.
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