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Censura? 'Modo Restrito' do YouTube esconde conteúdos e até canais inteiros de youtubers LGBT

19 de março de 2017 145

O YouTube está preocupado com o impacto social que a plataforma pode causar através dos milhares de vídeos, enviados diariamente, por seus usuários. Porém, a empresa sempre teve dificuldade em filtrar conteúdos ofensivos ou potencialmente prejudiciais, mesmo com seu recurso Modo Restrito. Agora, parece que um novo passo rumo ao controle parece ter ido longe demais.

Durante e após as eleições nos EUA, o YouTube foi uma das plataformas criticadas por permitir a disseminação de informações falsas que teriam influenciado o resultado das votações. Esse tipo de problema também ocorre com os conteúdos relacionados a terrorismo, e pode ser muito difícil filtrar aqueles que se propõe a debater sobre esses temas democraticamente e os que se aproveitam para publicar conteúdos nocivos.

Exemplo disso foi na ocasião do atentado em Orlando, que matou 49 pessoas e feriu mais de 50 em uma boate gay. Na época, metade de 2016, muitos youtubers enviaram vídeos relacionados tanto a terrorismo quando à causa LGBT. Mais tarde no mesmo ano, o YouTube decidiu desmonetizar vídeos que tratem de assuntos polêmicos, guerras, terrorismo, entre outros, incluindo alguns vídeos LGBTs, causando a revolta de muitos donos de canais.

Agora, os novos recursos de filtragem do YouTube afetaram nichos muito mais amplos. Nos últimos dias, vários youtubers LGBTQ+ denunciaram que a empresa está ocultando seus vídeos através do recurso "Modo Restrito". Não só estes, mas também há relatos de que canais de gamers e até mesmo ASMRs foram afetados.

O modo restrito é um recurso opcional que filtra automaticamente o conteúdo. De acordo com o Google, a empresa "usa sinalizadores de comunidade, restrições de idade e outros sinais para identificar e filtrar conteúdo potencialmente inapropriado". Por padrão, ele vem desligado, mas pode ser ativado ou desativado em cada página, e também ser "trancado" para evitar alterações nesse navegador.

Mas um punhado de youtubers LGBT perceberam nos últimos dias que seus vídeos estavam sendo escondidos, coisa que não ocorria até então. Mandy Candy, conhecida youtuber transexual brasileira, publicou capturas de tela mostrando a diferença na busca entre modo restrito ligado e desligado.

O Gizmodo trouxe como exemplo a britânica Rowan Ellis, que explica em sua bio que ela faz vídeos sobre "cultura pop de uma perspectiva feminista e queer" e tem publicado vídeos há cerca de dois anos e meio. Ela postou um vídeo ontem criticando o YouTube por permitir que os conteúdos sejam ocultados.

Este vídeo está entre aqueles que estão escondidos no modo restrito, e o Gizmodo verificou que outros canais tinham vídeos relacionados a temas LGBTQ+ que também desapareceram no modo restrito. Outros vídeos escondidos incluem um vídeo de um casal de lésbicas fazendo votos em seu casamento.

Ellis disse ao Gizmodo que, embora não saiba por que isso está acontecendo, é preocupante, porque implica que "há um viés em algum lugar nesse processo que equipara LGBTQ + a 'não familiar'". Independentemente de quão isso é não intencional, ou porque é feito, "os efeitos não podem ser ignorados", acrescentou.

SeaineLove (foto acima), youtuber transgênero, também twittou sobre seus vídeos escondidos esta semana. Um dos vídeos de Seaine, intitulado "I Am Transgender" (Eu sou transgênero), desaparece quando se usa o modo restrito.

Outros, incluindo gamers e um canal ASMR, também relataram que seus vídeos estavam ocultos no modo restrito, de modo que não parece que essa mudança na filtragem esteja direcionado especificamente para vídeos LGBTQ+.

Além disso, nem todos os vídeos com temas LGBT estão sendo escondidos no modo restrito. Mais confuso ainda, alguns youtubers tiveram apenas alguns vídeos "excluídos" da busca, e outros tiveram o todo o seu canal completamente ocultados, como se não existissem.

Também há relatos de que vídeos musicais de artistas relacionados a LGBT também foram ocultados. Entre eles, estão Lady Gaga, Troye Sivan, Katy Perry, Miley Cyrus e os brasileiros Mulher Pepita, Banda Uó e Gloria Grove.

Assim, não parece que a funcionalidade destina a apenas e a todo o conteúdo LGBTQ+. Poderia muito bem ser uma falha com o algoritmo, que é muito inconsistente, pois alguns desses vídeos de YouTubers LGBT ficam visíveis no modo restrito enquanto outros estão escondidos. Também não se sabe ainda em quais países os canais foram afetados, ou se é algo global.

Reação

No Twitter, onde as informações voam, a notícia se espalhou e causou revolta entre os seguidores de youtubers que publicam conteúdos relacionados à comunidade LGBT. No momento de redação dessa matéria, há um debate ocorrendo sobre a liberdade de expressão e censura.

A hashtag #YouTubeIsOverParty se tornou o assunto mais comentado no momento, e a principal pergunta é: por que o YouTube, que sempre teve uma postura de apoiador da comunidade LGBT, faria algo assim?

Hugo Nask, também youtuber brasileira conhecida da comunidade LGBTQ+, tranquilizou seus seguidores.

Ainda assim, há uma série de questionamentos que esse ocorrido levanta, já que parece ser uma nova filtragem dos algorítimos.

Preocupações

De acordo com Rowan Ellis, o fato de que os vídeos LGBT estão sendo escondidos é preocupante, porque implica que há algo inerentemente ofensivo sobre ser LGBT.

Vídeos sobre a vida LGBTQ+, amor, história, amizades, etc não são mais inadequados do que vídeos com casais heterossexuais ou contar a história de pessoas hétero. No entanto, eles aparentemente estão sendo tratados de maneira diferente.

Muitas pessoas LGBTQ+ estão desamparadas por falta de apoio na escola e na própria família, e os youtubers têm sido a única forma de se sentirem parte de uma comunidade que os acolhe - este, inclusive, é um dos motivos do crescimento desses canais no YouTube.

Crianças nas escolas também são beneficiadas com conteúdos que mostrem que a vida de pessoas homossexuais, bissexuais, transexuais e queer pode ser normal, como a de qualquer outra pessoa.

Esconder esses conteúdos, mesmo que em uma ferramenta opcional, mas que pode ser arbitrária em lugares de ensino público, pode se tornar uma forma abusiva de evitar uma educação mais inclusiva e humanitária.

Calum McSwiggan popular youtuber gay disse em um novo vídeo que "se isso se trata de proteger as crianças, isso não é proteger as crianças".

Está tornando as coisas mais difíceis para elas. Há crianças LGBT+ em todo o mundo que estão tirando a própria vida porque não se sentem confortáveis consigo mesmas... Para elas, ser capaz de ir no YouTube e ver outras pessoas LGBT+, para algumas pessoas, é uma questão de vida ou morte. Isso salva vidas.

Resposta do Google

Em um comunicado, um porta-voz do Google se limitou a dizer ao Gizmodo que o recurso Modo Restrito é opcional, mas nada declarou sobre uma possível mudança no algorítimo que afete especificamente conteúdos LGBT.

"O Modo Restrito é um recurso opcional usado por um subconjunto muito pequeno de usuários que querem ter uma experiência mais limitada no YouTube", disse o porta-voz.

Alguns vídeos que abordam assuntos como saúde, política e sexualidade podem não aparecer para usuários e instituições que optarem por usar esse recurso.

Embora o porta-voz observou que o recurso é totalmente opcional, a própria página de ajuda do recurso avisa que "computadores em bibliotecas, universidades e outras instituições públicas podem ter o Modo Restrito ativado pelo administrador do sistema". Isso pode, portanto, representar um problema para as crianças e educadores, cujo principal acesso à internet é através de computadores na escola.


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