Não faz muito tempo que a Aple protagonizou uma polêmica envolvendo violações de direitos trabalhistas na China, onde a Foxconn, uma de suas principais parceiras, foi acusada de explorar estagiários dando-lhes cargas de trabalho maiores do que as permitidas pela lei.

Agora, a gigante de Cupertino volta a estampar notícias, pois outra de suas fornecedoras, a Catcher Technology Co. (responsável por produzir as carcaças dos iPhones e Macbook) foi acusada de manter um ambiente de trabalho inadequado.

As acusações, detalhadas em um artigo recém-publicado pela Bloomberg, envolvem situações absurdas, incluindo desde diversos empregados manuseando componentes químicos altamente tóxicos sem luvas ou máscaras, ausência de protetores auriculares em ambiente de trabalho extremamente barulhento (acima de 80 decibéis) até acomodações precárias, sem climatização e com pouco espaço.

Um dos empregados afirmou à fonte que suas mãos ficam 'sem sangue' ao final do expediente (possivelmente por causa do frio), onde é capaz de ganhar pouco mais de US$2 por hora.

O grupo China Labor Watch, que visa proteger os direitos dos trabalhadores chineses, encontrou problemas gravíssimos após 50 entrevistas com empregados e investigadores 'disfarçados', que envolviam saúde e segurança ocupacional, poluição e agendas de trabalho na fábrica da Catcher.

Compensações para empregados que se demitem também são um problema, pois os valores não são acertados no dia que eles saem, algo que vai de contra a lei trabalhista chinesa.

Em relação às agendas de trabalho, a linha de produção deve fabricar 1450 unidades em um expediente de 12 horas com pequenas pausas para refeições.

Os empregados não tem qualquer treinamento sobre os tipos de materiais que eles manuseiam, e precisam trocar de máquinas constantemente, aumentando os riscos de acidentes.

Apesar da Apple não ser a única cliente da Catcher, ela responde por 2/3 dos pedidos; a gigante de Cupertino afirmou que em suas próprias investigações (que incluíram entrevistas com 150 trabalhadores da Catcher), 'nenhuma evidência de violações trabalhistas foi encontrada'.