
Apple 06 Jun
A Apple mudou. Não podemos negar que após a morte de Steve Jobs, a empresa tomo uma ar “diferente” sob as mãos de Tim Cook.
Todo o trabalho que Jobs havia feito para simplificar e “enxugar” a linha de produtos quando voltou a trabalhar para a maçã nos anos 90, começou a se perder, e não foram só os fãs e seguidores da marca que notaram.
Ken Segall, que trabalhou lado a lado com o co-fundador da gigante de Cupertino no departamento de criação como Diretor Criativo,tem percebido que a Apple não é mais uma empresa focada na simplicidade, que em suas palavras, foi um dos motivos que a levou ao sucesso.
Ele comenta que a complexidade vai muito além das nomenclaturas em dispositivos e serviços — como, por exemplo, o iPhone SE, que já não traz mais um número de identificação e é vendido com um preço menor, porém, com hardware interno de alto desempenho; ou o iPhone, iMac, iTunes, iCloud que nada tem a ver com o “Apple Music”, "Apple Pay"ou “Apple Watch” ou “Apple Pencil”, onde o “i” já não está mais presente como parte da identidade desses produtos; se era pra sair da era "i" e entrar na era "Apple", porque alguns produtos e serviços ainda estão com o "i" em seus nomes?
A falta de simplicidade também encontra-se nas linhas de produtos com propostas redundantes como, por exemplo, o MacBook de 12” e o MacBook Air de 11”; ou iPads com 7.9” (Mini 2 e Mini 4), 9.7” (iPad Air 2 e iPad Pro) e 12” (iPad Pro); tablets que querem ser laptops com acessórios especiais e stylus que carregam na porta inferior transformando-os em uma espécie de "pirulito gigante"; laptops que querem ser tão finos e leves quanto um tablet mas ainda prendem-se à limitações por faltas de portas, dentre vários outros aspectos.
Voltando ao ex-CEO da empresa: Steve Jobs não ser substituído; sua visão, instinto de mercado, energia e percepção e teimosia eram um grande diferencial para a empresa, algo que a fazia se destacar de sua concorrência.
Tim Cook já faz as coisas de um jeito muito diferente; mesmo tendo sido escolhido à dedo por Steve para suceder seu lugar como CEO, ele não talvez não tenha tanta atenção a detalhes quanto Jobs, deixando tarefas como, por exemplo, marketing e design de produto para outros com mais experiência nisso.
Um legado que Jobs deixou e que ainda permanece foi em relação aos modelos "S" de iPhone, que desde sua época, eram vistos como um mero upgrade incremental.
Vale a pena salientar que os recursos mais interessantes já apresentados na linha de smartphones da maçã, começaram a chegar em modelos "S" como, por exemplo a Siri (iPhone 4S), Touch ID e processadores de 64-bits (iPhone 5s), 3D Touch (iPhone 6s e 6s Plus) — o que nos leva a questionar: será que os iPhones "S" são mesmo meramente incrementais, ou o marketing educou os consumidores a pensar assim?
Outro ponto que merece ser comentado diz respeito aos preços dos produtos, especialmente do iPhone, o carro chefe da Apple algo que, inclusive, já foi reconhecido como "alto demais" pelo atual CEO da maçã, Tim Cook.
Não podemos deixar de levar em conta algo que não acontecia desde o lançamento do iPhone original em 2007: a queda recente nas vendas, que ocorreu ao mesmo tempo da ascensão de várias fabricantes chinesas, que aos poucos, dominam o mercado oferecendo produtos com hardware cada vez mais robusto e preços menores.
Por fim, Segall reitera que ainda há um toque de simplicidade nos produtos e software da Apple, porém, coisas simples também dependem muito da perspectiva de quem as vê e usa, e até achar o equilíbrio perfeito entre esses dois tipos de simplicidade, o futuro da empresa permanece em jogo.
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