Quem gosta de biologia certamente curte vídeos que protagonizam coisas microscópicas como a célula humana, bactérias, e a ação que acontece invisível aos nossos olhos. Mas um novo vídeo é capaz de deixar todos os outros para trás, e abre o caminho para novas descobertas.

Em vez de usar gráficos antigos e animações 3D gerados por computador, como geralmente acontece, uma equipe de cientistas norte-americanos fez o que o Gizmodo chamou de "vídeo mais complexo de uma célula em ação até o momento". Trata-se de uma célula real de um macaco, analisada com uma série de proteínas e corantes, com um tipo especial de microscópio.

O vídeo mostra o movimento caótico de gotículas lipídicas (gordura) viajando através de diferentes partes de uma célula viva, e essa é a primeira vez que isso é feito. Pense na célula como uma fábrica, onde a mitocôndria é a usina. O retículo endoplasmático faz coisas como proteínas e lipídios, e o aparelho de golgi os envolve. Os lisossomos e os peroxissomos quebram as coisas. Agora, você pode ver todas essas organelas fazendo seus trabalhos simultaneamente, graças à pesquisa publicada hoje na revista Nature.

Como conseguiram observar detalhadamente a função da célula? Os pesquisadores marcaram as diferentes organelas com proteínas que fluorescem em resposta a diferentes cores de luz. Eles também expuseram a célula a um corante que adere a moléculas lipídicas para visualizar como elas viajaram entre organelas. Um microscópio especial olha para a célula em fatias, ao invés de ver tudo de uma só vez.

O estudo acrescentou evidências de que o retículo endoplasmático serve como o núcleo central da célula, e se parece com uma malha, interagindo com quase todo o resto.

Confira:

Certamente o método vai ajudar os cientistas a descobrir exatamente como a célula funciona e como moléculas se movimentam dentro dela. Isso pode ser útil para coisas como a triagem de drogas ou medicina personalizada, aplicações nas quais você precisa saber exatamente onde e como uma molécula está se movendo para no nível celular, de acordo com os pesquisadores.