Economia e mercado 30 Ago
A Fiat anunciou recentemente que interromperá por três meses a produção noturna de veículos do Polo Automotivo de Betim, decisão que foi tomada durante uma assembleia promovida na última semana e que contou com a participação dos principais executivos da empresa.
O comunicado emitido pela Stellantis — companhia que detém a Fiat — informa que essa decisão se dá em decorrência dos avanços da crise sanitária e escassez de semicondutores, componente eletrônico essencial para a fabricação de carros e que nos últimos meses está em falta em todo o mundo.
Segundo informações da montadora, a produção noturna da fábrica será suspensa até o final do ano e afetará diretamente 1.800 trabalhadores a partir da primeira semana de outubro, além de também impactar na quantidade de automóveis produzidos na unidade de Betim, cidade localizada a cerca de 40 Km da capital mineira.
A fábrica em questão é responsável por produzir sete modelos de carros da marca, sendo o Argo, Doblò, Pulse, Grand Siena, Mobi, Uno e Strada. A decisão de suspender parte da produção teve como ponto de partida o avanço da crise global no mercado de semicondutores, problema que para alguns especialistas pode durar até 2023.
A redução na produção economizará chips que serão usados para primeira remessa do Fiat Pulse, modelo que está previsto para ser anunciado pela montadora no dia 19 de outubro. Quanto aos trabalhadores, a empresa afirma que a suspensão do contrato de trabalho preserva os empregos e assegura os direitos estabelecidos no acordo coletivo de trabalho.
Essa não é a primeira vez que uma fabricante de automóveis tem que paralisar parte da produção devido a crise do hardware, visto que no primeiro semestre deste ano a General Motors aderiu a mesma atitude a fim de tentar driblar as limitações impostas pela alta demanda e baixa oferta de semicondutores.
A Stellantis informa que a concessão de layoff, aprovada pelos trabalhadores do Polo Automotivo de Betim por maioria de votos em assembleia na última semana, terá início na segunda-feira, dia 04 de outubro, abrangendo cerca de 1,8 mil empregados, pelo período de três meses.
A medida é uma decorrência do impacto da crise sanitária e de suas consequências sobre a economia, que agravaram a escassez global de insumos, notadamente de componentes eletrônicos, comprometendo a capacidade de manter o ritmo e volume de produção dentro de padrões previsíveis
A suspensão do contrato de trabalho para qualificação profissional preserva os empregos dos trabalhadores envolvidos e assegura os direitos estabelecidos no acordo coletivo de trabalho, além de oferecer qualificação profissional, estabilidade no emprego proporcional ao período de afastamento e o pagamento de bolsa-auxílio, para preservar o poder aquisitivo.
A empresa espera a normalização dos suprimentos e a retomada dos volumes de produção no menor prazo possível.
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