Economia e mercado 23 Mai
Nos últimos anos, a Microsoft tem se tornando uma das principais referências no que se refere a plataformas por assinatura para jogos. Além do Game Pass, que oferece um amplo catálogo de títulos para Download no PC e consoles da empresa por um valor mensal justo, a empresa também conta com o Xbox Cloud Gaming, que aliado ao Game Pass, permite que os jogadores tenham acesso a essa grande quantidade de jogos sem precisar de um console de última geração ou um PC superpotente.
Embora muitos tenham ficado fãs dos serviços da gigante de Redmond, afirmando que esse é o futuro da indústria, existem aqueles que são contra essa ideia, indicando que o Game Pass é prejudicial para as desenvolvedoras e que, caso ele se torne uma utopia, não será mais possível produzir jogos de alto orçamento e com a qualidade que temos atualmente, pois não seria lucrativo o bastante.
Como sabemos, elogios e críticas fazem parte de qualquer negócio e até mesmo gigantes do entretenimento, tais como a Netflix, não estão imunes a comparações com concorrentes e a comentários depreciativos vindos de seus assinantes, mas parece que a Microsoft não está disposta a ver Game Pass sendo julgada negativamente.
Lançamentos 20 Mai
Na última segunda (23), o Kotaku, um dos maiores portais de notícias sobre videogames do mundo, publicou um artigo sobre como o Game Pass parece estar passando por um "burnout", termo usado na internet para descrever uma estafa ou esgotamento.
No artigo, o site aborda alguns assinantes que estão cancelando suas assinaturas, ao menos por enquanto, por sentirem que o serviço não está entregando conteúdos à altura do valor investido.
Como sabemos, por mais que a Microsoft esteja despejando rios de dinheiro na aquisição de estúdios como Bethesda e Activision Blizzard, que irão agregar ainda mais valor para o catálogo do Game Pass, assim como diversas desenvolvedoras, a empresa ainda está sofrendo com os efeitos da pandemia de coronavírus, o que fez com que alguns projetos exclusivos de peso tivessem que ser adiados.
Ainda que muitos estejam satisfeitos com o catálogo atual do Game Pass e com as novas adições quinzenais, é impossível voltar na velha discussão sobre jogos exclusivos, um assunto que, na percepção da grande maioria, a Sony sempre levou a vantagem ao apresentar franquias como God of War, The Last of Us, Marvel's Spider-Man, Ghost of Tsushima e entre outras.
Esse vácuo no lançamento de exclusivos de peso no catálogo do Game Pass foi o que catalisou o artigo da Kotaku, que discorre sobre a "falta de atrativos" no serviço e usa a opinião de alguns jornalistas para descrever esse sentimento.
Embora críticas como essa sejam válidas, afinal, estamos falando de um serviço pago onde os consumidores podem e têm todo o direito de demonstrar sua insatisfação com algo, a conta oficial do Xbox Game Pass parece não ter reagido muito bem ao artigo da Kotaku e não perdeu tempo em desdenhar da opinião do site.
tell me you limit yourself to only AAA games without telling me you limit yourself to only AAA games
— Xbox Game Pass (@XboxGamePass) May 23, 2022
Em resposta ao tuite do artigo, a conta do Game Pass disse:
Me diga que você se limita aos jogos AAA (de alto orçamento) sem dizer que você se limita aos jogos AAA.
A resposta da marca é uma crítica aos jogadores que só têm olhos para os jogos mais badalados e de alto orçamento, geralmente produzidos pelos estúdios mais renomados.
Nos últimos anos, temos visto os jogos indie ganhando cada vez mais espaço no mercado dos videogames e quebrando a barreira de rejeição que a grande maioria tem por esses produtos. Isso nos rendeu lançamentos aclamadíssimos e que se tornaram extremamente populares, tais como Celeste, Cuphead, Hades, Dandara e tantos outros.
Mesmo que essa inclusão maior dos indies seja ótima, é inegável que muitos jogadores ainda voltam sua atenção totalmente para os AAA e isso não deveria ser um problema, afinal, cada um joga o que quiser, quando quiser e como quiser. Dito isso, a reclamação da falta de exclusivos AAA no Game Pass ainda continua válida, independente de quantidade enorme de jogos de alta qualidade no catálogo, sejam eles indie ou não.
Por anos, a Netflix reinou como a soberana da indústria, até que outros estúdios decidiram que era a hora de criar suas próprias plataformas e bater de frente com a líder de mercado. Atualmente, a Netflix se sustenta na maior parte com produções exclusivas e originais, mas isso não significa que todos os assinantes estão satisfeitos com tudo o que sai no catálogo — pelo contrário, muitos não poupam esforços em criticar os lançamentos do serviço e em demonstrar seu desgosto com algumas produções —, mas mesmo assim, a gigante do streaming segue em frente.
Ainda não sabemos quais são os planos da Microsoft para o Game Pass e se ela pretende reverter essa percepção de parte do público, mas o fato é que a empresa poderia ter sido superior ao lidar com críticas negativas, ainda mais considerando que em breve, ela realizará um painel em conjunto com a Bethesda que pode revelar grandes novidades para o serviço, o que não só calaria as críticas como também atrairia a atenção de novos assinantes.
Você acha que a Microsoft teve a postura correta ao responder o artigo da Kotaku?
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